UM LIVRO DO MEU TEMPO DE GURI

23 de Maio de 2023.

Caramba! E não é que por um momento regredi no tempo? Lá pelos idos de meado dos anos sessenta do século passado, o XX. Dizendo assim, até parece um tempo longínquo, não é? Mas são só um pouco mais de cinquenta e cinco anos. Para os mais novos talvez possa ser muito tempo mas para os sessentões e setentões, não seja.

Desde guri sempre gostei muito de ler. E até num outro texto neste espaço falei sobre isso. Comecei pegando carona em revistas e gibis de uma vizinha, D. Carmem. Ela era quase de nossa família, e vice-versa. Então parece que peguei este gosto.

E nessa época relatada, li um livro, o qual nunca mais esqueci. Chama-se "Saudade", de um autor de nome Tales de Andrade. Conta a história de um garoto que vivia numa cidade pequena no interior de São Paulo. Morava, a princípio, num sítio fora da cidade. Mas seu pai, por motivos justos, teve que desfazer-se dele

e foram todos morar numa casa no centro dessa pequena cidade chamada Capão Bonito.

O menino talvez tenha sido o único da família que sentiu a diferença. Estranhou o novo ambiente e passou um bom tempo reclamando disso. Mas depois, com a adaptação ao novo meio, acostumou-se e começou a viver a nova vida com mais alegria.

Por muito tempo tentei encontrar esse livro, mas seu nome, muito comum, misturava-se a muitos outros. Até uns tempos atrás fui na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro para ver se o encontrava e o lia. Mas não gostei da burocracia que hoje existe ali para alguém acessá-la. Aí desisti.

Mas por pura sorte, consultando o Google de novo, dei sorte e encontrei o referido livro. Então foi fácil descobrir locais que o vendiam e o adquiri por um preço bem baratinho, um pouco acima de dez reais. E hoje, 09 de Maio de 2023, ele chegou-me às mãos. Um tanto quanto surrado, digamos, mas em estado quase perfeito, fácil de ler.

E é o que farei a partir de hoje. É um livro que seu nome (Saudade) provoca em quem o lê uma sensação muito boa, que hoje em dia já não se consegue obter, haja vista que vivemos num mundo muito conturbado, e a violência urbana num grande centro como uma cidade tal a do Rio de Janeiro, não nos deixa viver uma vida que tivemos há décadas passadas, muito menos numa cidade pequena em qualquer lugar desse país.

O modernismo melhorou a vida da população por um lado. Mas em contra partida, a fez perder a paz e a tranquilidade de outrora. Mas isso é a vida. E quem e quanto mais viver, teremos que nos sujeitar à todas as mudanças que ocorrem nesse processo. Não há como e nem com quem reclamar.

Atento Observador
Enviado por Atento Observador em 09/05/2023
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