Músicos Brasileiros: Anacleto de Medeiros; Joaquim Callado; Ernesto Nazareth; Chiquinha Gonzaga; e, Padre João de Deus de Castro Lobo.
Diz uma lenda que os brasileiros não valorizamos o nosso ouro e admiramos o ouropel estrangeiro. Diz outra lenda que os brasileiros dos estrangeiros copiamos o que há de pior. E tais lendas refletem a alma dos brasileiros, ou dela só um pedaço? Às vezes penso ser a resposta um sonoro, altissonante "Sim!" Mas por que somos os brasileiros assim? Por que somos um povo naturamente, e historicamente, atoleimado, de javardos, ou por que nos ensinam as otoridades (assim, mesmo, com esta ortografia pejorativa) a sermos os pascácios estúpidos que somos?! Fossêmos o que ensinam as lendas, teríamos do nosso sangue os homens cujos nomes estão no título desta crônica, que é curta? Ou eles são as pedras preciosas que milagrosamente brotaram em terra sáfara?! Que alguém a respeito dê a sua tese. Aqui, eu apenas estou a tecer, em poucas, quase nenhuma, palavras, comentários acerca das músicas que hoje, há minutos, ouvi, e que mos inspiraram.
De Anacleto de Medeiros, ouvi "Cabeça de Porco", e "Araribóia", um dobrado, pela Banda de Música de Ontem e de Sempre.
De Joaquim Callado, ouvi uma polca, "Querida por Todos".
De Ernesto Nazareth, ao som de piano dedilhado pelo maestro Marco Aurélio Xavier, "Bambino", "Sagaz", "Odeon", "Cutuba" e "Brejeiro".
De Chiquinha Gonzaga, "Lua Branca", ao piano por André Pédico.
De Padre João de Deus de Castro Lobo, "Matinas de Natal - Quinto Responsório - 1. O Magnum Mysterium", a trabalhá-la, sob a direção do maestro Ernani Aguiar, o Coral Porto Alegre e Orquestra.
Nenhuma das músicas acima citadas desagradou-me; muito pelo contrário: todas agradaram-me imensamente, principalmente "Araribóia" e "Matinas de Natal".
Se em uma época não muito distante, brasileiros criaram obras de tal envergadura, maravilhas da música, por que hoje em dia só se ouve, em terras de Peri e Ceci, imundícies auditivas?!
Não sou músico; não sei ler partituras; mas tenho tímpanos, que as sujeiras barulhentas machucam.
Dedicar-me-ei, nos próximos dias, a ouvir outras músicas dos cinco músicos brasileiros citados acima e músicas de outros talentosos músicos brasileiros, dentre eles Carlos Gomes, Villa-Lobos e Pixinguinha, e de outros, de cuja existência tomei conhecimento há pouco: Henrique Oswald; Alberto Nepomuceno; e Alexandre Levy.
Que a minha ignorância é das dimensões da Via-Láctea, eu sei. E pretendo ampliá-la.