A criatividade e seus efeitos - BVIW
A criatividade e seus efeitos
Meu cérebro usa de várias tintas. Escrevo com a que borra, acerto com a que vira caligrafia. Acho que as tintas dependem dos tombos que tomamos sobre linhas. Algumas escorregam baldias, outras por ruas vazias.
Afinal, o que temos em mente ao escrever? O que está próximo das mãos ansiosas por comunicarem alguma coisa? Um lápis, uma caneta ou um graveto sobre terra batida?
Sabemos que passeios outdoor estão quase extintos na vida do escritor, embora ele tente reservar respiros de bem-estar fora do computador. Esta mesma ferramenta que alimenta sonhos, nos rouba dos pensamentos mais genuínos. Sem falar no turbilhão de tudo mais que ele semeia nos distraindo. Pinta aquela hora que nos desloca do objetivo ao ligá-lo. Isso é fato.
Enfim. Difícil dizer com quantas canetas escreveria um livro. Mas é surreal pensar que poderíamos saber. Há casos que surgem de frestas da criatividade, e eu diria que afirmar que sabemos das canetas, das quantidade de canções ouvidas, ou das interrupções que nosso pensamento sofre enquanto escrevemos, seria a mesma coisa. Seria fruto de um chute da publicidade humana. De qualquer forma, adorei o efeito desta criatividade causado em mim.
Marília L Paixão
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para o tema:
Com quantas canetas escrevo?