A casa vazia

Foi marcante, depois de 50 anos, ver, pela primeira vez, a casa dos meus pais vazia, sem móveis. Há cinquenta e um anos meus pais moram no mesmo lugar, em casa adquirida por eles, através do extinto BNH. À época, vieram os dois e me trouxeram. Depois nasceram mais dois filhos deles, um casal. Fomos cinco durante muitos anos, hoje somos onze, com genros, noras e netos dos meus pais.

Meus pais nunca se mudaram desta casa, que já passou por várias reformas, mas nunca foi esvaziada dos móveis. Foi um baque ver meu antigo quarto, a sala, a copa, a cozinha, o quarto dos meus pais, o quarto que era da minha irmã, todos vazios, sem nada dentro deles.

A casa teve que passar por reformas agora, com troca completa do telhado e do forro (paulista!), por isso meus pais tiveram que alugar outro imóvel. Aquela casa tem histórias, muitas histórias; sentimentos; recordações. Foi um baque vê-la sem móveis e, agora, ainda mais forte, ao vê-la destelhada, sem forro e sem o pé de amoras.

Ainda bem que daqui a três, quatro meses, meus pais estarão de volta à casa, reformada e bonita, como eles merecem. E nós, filhos, genro, nora e netos, estaremos lá novamente, felizes.

Joaquim Lutero
Enviado por Joaquim Lutero em 09/05/2023
Reeditado em 09/05/2023
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