Corpo Mórbido
Corpo mórbido
Sabe aquela sensação que invade seu peito aterrorizando e cansando você, como se nada dói bom ou te satisfazer-se, mesmo que desfrute de glórias e não foi apenas merro resquícios de uma inebriante alegria fajuta, todavia que a existência lhe forneça vitórias no profissional, no seu lar e mesmo assim continua algo faltando.
Este vazio e silencioso companheiro que vive seguindo e te joga no vale das pedras afiadas, e te subjulgar te humilhando em sua própria sela mental criada para te sufocar no escuro, te fazer ver sua alma desfragmentando pouco a pouco, sugando o ar de vida que te resta, e maltratando como quem puni alguém por mera vontade de se deleitar no gozo do seu sofrimento.
Hoje mais um vez foram criadas decepções, ou recriadas para crucificar seu modelo de vida, querendo impor você ao crucial buraco nefasto negro, a quem condena a pena máxima, a injustiça que se propaga entre os infortúnios caluniosos, e saber que tu precisa conviver com tais inquisidores sociais, que de tão cruéis almejam destilar sua lágrimas para fazer um brinde a perversão.
Te sobrando apenas um corpo mórbido que anda feito marionete, guiada pela mãos alheias, sem destino e gerando em ti o esforço imenso ao sorrir, que destreza humana em fazer o acúmulo de cicatrizes estourarem diante estourarem diante de seus olhos, mostrando seu ser reprimido e suprimido a fagulhas do que ainda resta de si, e neste pequeno restar é um mero pensamento de pode um dia desfrutar do doce suco da vinha que plantou, regou e cuidou durante anos.
Thiago Sotthero