A ignorância voluntária
Com a facilidade que temos atualmente de nos informar, a ignorância com relação a assuntos gerais e de Economia, Política e mesmo Filosofia e outras áreas, digamos, mais elitistas, é uma opção de cada pessoa.
Mais recentemente passamos a contar com as Inteligências Artificiais que não só respondem a qualquer pergunta que formulamos, como o faz de uma forma didática.
Por isso, quando alguém fala ou escreve um texto com informações aleatórias ou imprecisas, só podemos pensar em uma das possibilidades abaixo:
- a pessoa tem preguiça de pesquisar e/ou estudar o assunto;
- é um mentiroso contumaz e não se importa se as outras pessoas estão acreditando ou não, é um contador de histórias;
- é cínica;
- está se comunicando apenas com outros alienados, que já vivem normalmente num mundo de faz de conta. Esse grupo de pessoas parece que está predominando na Sociedade atualmente.
- pode existir alguma outra razão que eu não mencionei.
O fato é, quem realmente quer se comunicar e construir um diálogo produtivo, com certeza não vai “distribuir abobrinhas a torto e direito” como se estivesse num grupo de adolescentes descompromissados.
Esses ignorantes voluntários, principalmente os de mais de quarenta anos de idade parecem não se dar conta que “não ficam bem na foto” e exceto por algum prazer estranho, não chegarão a lugar nenhum como ser humano autentico.
Eu mencionei a idade de quarenta anos porque é aproximadamente por aí que adquirimos uma capacidade intelectual e maturidade que faz toda a diferença em nossa trajetória como seres pensantes, se assim o desejarmos.
É deprimente ver pessoas de 50, 60 anos de idade ou mais escrevendo ou falando bobagens e às vezes, fazendo questão de anunciar seus títulos acadêmicos, mas deixando claro que aprenderam muito pouco e se recusam a se informar.
Talvez, mais próximo de sua jornada aqui na Terra, possam ter alguma lucidez e já muito tarde percebam que jogaram sua intelectualidade no lixo.
Sobre isso, recordo um pensamento de Sêneca tirado do livro “Sobre a brevidade da vida”: “Não é curto o tempo que temos, mas dele muito perdemos. A vida é suficientemente longa e com generosidade nos foi dada, para a realização das maiores coisas, se a empregamos bem. Mas, quando ela se esvai no luxo e na indiferença, quando não a empregamos em nada de bom, então, finalmente constrangidos pela fatalidade, sentimos que ela já passou por nós sem que tivéssemos percebido. O fato é o seguinte: não recebemos uma vida breve, mas a fazemos, nem somos dela carentes, mas esbanjadores. Tal como abundantes e régios recursos, quando caem nas mãos de um mau senhor, dissipam-se num momento, enquanto que, por pequenos que sejam, se são confiados a um bom guarda, crescem pelo uso, assim também nossa vida se estende por muito tempo, para aquele que sabe dela bem dispor.”.
Por que ignorar um universo que está ao alcance de nossa mente e nos limitarmos a uma interminável repetição de atos e palavras?