QUAL É O NOSSO CAMINHO E O DESTA NAÇÃO ?

É lastimável observar os caminhos escuros que todos nós estamos indo; a cada dia que passa a superficialidade, o imediatismo e a vaidade acampam em todos os lugares. A mídia demonstra isto todos os dias, quando o homem cada vez mais se torna refém do homem.

 

Imagino Jesus na sua época, transitando entre todos os tipos de pessoas e ao perceber que entre seus apóstolos teria um que o trairia. Deve ter sido para Ele, um momento de absoluta angústia e espera torturante todos os momentos que antecederam a sua crucificação.

 

Nosso discurso, puramente teórico é pela paz e união entre os povos, “união e progresso”. Percebem que a teoria e a prática não andam juntas? Se andassem, o mundo estaria melhor, as pessoas mais felizes e a fome não mais existiria.

 

Culpamos os nossos governantes, pais, filhos, gestores pela calamidade instaurada e todos nós somos os Judas de hoje. Estamos perdendo a nossa ligação mais íntima com a essência cristã ou com os “antigos” valores humanos. Ninguém percebe que um gesto, palavra sutil ou uma pequena omissão aparentemente sem consequências maiores, pode levar o outro a um contexto de dor e o tirar do seu eixo emocional e assim, colaborar para que perpetue a indignação, a fúria, o desamor, o desrespeito uns pelos outros. A falta de ética e humanidade.

 

É ali, em um pequeno gesto que se faz ou se desfaz a esperança de um caminho para as coisas do Alto. Bem ali, numa pequena palavra ou frase que se inicia nosso trabalho de Judas, traindo o outro. Levando-o para a descrença de si mesmo e o afastando de Deus. Não há conhecimento pessoal sem procura, sem exemplos edificantes, sem a lembrança e conhecimento dos valores de Jesus e de uma filosofia de vida com virtudes.

 

Acreditamos plenamente, que basta o replicar de boas ideias, pensamentos, reflexões e não nos aprofundamos nos nossos escuros mais profundos para levar a Luz. Por fora, aparente beleza e por dentro, a perpetuação do Judas, dos nossos escuros. Traímos antes a nós mesmos e depois, ao outro.

 

Vivemos na superficialidade e queremos plenitude. Banalizou-se a escuta ao outro com o coração e crucifica-se todos os dias milhares de sentimentos nobres pela falta de empatia. O sangue corre pela terra e deixa as feridas de todos abertas. Ao pisar no sangue do outro, sujo meus pés, a minha alma.

 

Não adianta negarmos. Os anos se passaram, gerações se passaram e a humanidade pouco evoluiu. Muito se fala de Deus, de Missões, Milagres e a não prática do legado de Cristo ou de uma conduta adequada faz com que a maldade continue a fazer suas vítimas a cada dia mais.

 

Enquanto não mudarmos de dentro para fora, restaurarmos a nossa essência divina e procurarmos banir o Judas em nós, continuaremos elaborando mil planejamentos urbanos ou rurais em todas as esferas deste país e não conseguiremos conquistar um espaço verdadeiramente humano e digno para se viver. Criaremos espaços de concreto e logo, nós mesmos os destruiremos. Assim tem sido.

 

Dignidade não é de fora pra dentro e sim, de dentro para fora. Está no cuidado com nossos relacionamentos mais íntimos, no permanente construir e reconstruir dos nossos vínculos familiares. Vínculos e não descarte de pessoas. Sem isto, perdemos nosso porto e caímos na desvalorização da vida. Cada vez mais, os Judas estão por toda parte. A violência impera. O outro é vítima do outro, que é vítima do outro, do outro e do outro. Não há lugar seguro.

 

Há que termos humildade, olharmos com a lanterna bem acesa e procuramos clarear a escuridão da alma e levar a ela os conceitos filosóficos e cristãos baseados no respeito a si mesmo e ao próximo. Ah, e dói descobrirmos que o escuro também habita em nós e nem sabíamos. Mas sim, habita!

 

A natureza ainda explode em belezas, enquanto o homem se torna cada vez mais inimigo do homem. Mas ainda há tempo de reconstruirmos nossas essências e interagirmos uns com os outros de forma verdadeiramente humana.

 

Por enquanto, a vaidade enobrece os egos e empobrece a nação. Que a força da solidariedade ajude-nos a plantar sentimentos nobres uns nos outros. Aí sim, teremos orgulho de sermos filhos deste solo, teremos o colo da nossa mãe Pátria amada gentil: este há de ser o nosso Brasil.

 

Abraços e que Deus nos abençoe!