O Almoço
Fui almoçar no mesmo horário, no restaurante de sempre. Me sentei e entrou um homem, de aparentemente 40 anos, com uma camisa verde e cabelos loiros encaracolados, um pouco compridos; mais ou menos até a altura dos ombros. Em seu rosto, traços de cansaço, sede e fome. Chamei o garçom secretamente e propus que lhe deixasse comer o prato do dia; eu pagaria a despesa. Com um "você que sabe", ele se retirou e trouxe um prato de arroz branco, feijão preto, salpicão, purê, batatas fritas, frango assado, bife e coraçõezinhos. O homem se fartou e via-se em seu rosto traços de grande satisfação. Depois que ele saiu, paguei seu almoço e fui embora. No caminho de volta pra casa, vi aquele homem dizendo, em meio ás lágrimas: " -Que Deus dê tudo de bom á essa boa alma que matou minha fome hoje." Provavelmente, ele jamais saberá que fui eu, mas não importa. Quem dera se as pessoas agradecessem como aquele homem, sem saber quem ou o quê, apenas grato por sua atitude. Me lembrei das palavras de Jesus, ensinando amar ao próximo como a nós mesmos. Assim seja, Bendito Salvador.