D e s t i n o
SEMPRE nas minhas divagações penso no destino. Sim, eu sei que acreditar ou desacreditar nele é irrelevante. Mas a verdade é que quase todos refletimos sobre o destino. Eu acredito que já nascemos com a vida traçada. Pode ser que consigamos driblar alguma coisa programada, mas algo pontual, do destino é quase impossível escapar.
Dentre as decisões do destino, o amor é um dos principais pontos. O grande amor, o amor de verdade só vinga se for traçado pelo destino. Besteira? Não. É uma verdade abissal. O amor de verdade é obra do destino. E priu.
Estou escrevendo esta arenga porque encontrei dentro de um velho diário um poema de Cora Coralina, “Meu Destino”, que tem a ver com o que estou tentando argumentar. Vou transcrevê-lo:
“Nas palmas de tuas mãos/ leio as linhas da minha vida./ Linhas cruzadas, sinuosas,/ interferindo no meu destino./ Não te procurei, não me procurastes - íamos sozinhos por estradas diferentes./ Indiferentes, cruzamos. / Passavas com o fardo da vida…/ Corri ao teu encontro. / Sorri. Falamos./ Esse dia foi marcado/ com a pedra branca/ da cabeça de um peixe./ E, desde então, caminhamos/ juntos pela vida…”.
Ninguém foge ao seu destino. William Porto. Inté.