A CAPRISTÉRIA DO ELIBERTO
O Eliberto estava passando por ótima fase na sua vida. A empresa indo de vento em popa, saúde sem intercorrências sérias, a família feliz. Aos 50 anos não tinha planos de se aposentar e algumas viagens com a esposa já estavam sendo rascunhadas. Foi quando teve os primeiros sinais da capristéria, de início uma vermelhidão nos antebraços seguida de coceira intermitente. Cirlene, a patroa, achou que fossa alguma mordida de bicho e acreditou que passasse em alguns dias. Não passou e se transformou uma enxaqueca infernal que não o deixava dormir. Tentaram de tudo, de analgésico, chá, pomada e até recorreram à uma benzedeira recomendada pela mãe dele, sem sucesso. Foram atrás de ajuda médica e depois de consultas com dermatologista, neurologista, psiquiatra, reumatologista etc. chegaram à conclusão nenhuma. Numa tarde, ao saírem do consultório de um especialista em doenças tropicais, passaram por um mendigo sentando numa esquina ao lado de um cachorro. "Você tem capristéria e só vai curar com chá de arrebenta-queixo". O mendigo disse aquilo do nada sem ser perguntado, o que deixou o casal encasquetado com aquele surpreende diagnóstico. Chegaram e casa e foram checar na internet essa tal de capristéria. E não é que existe mesmo uma doença com essa nome e os sintomas foram exatamente os do Eliberto? A Cirlene foi até o Mercadão atrás do chá de arrebenta-queixo, tendo vasculhado em diversas barracas e ninguém tinha ouvido falar nele. Resolveram voltar até onde encontraram o mendigo e ambos, mendigo e cachorro, não estavam mais lá. Encontraram um envelope no lugar. Ao abri-lo, se deparam com uma mensagem enigmática: "A vida tem seus mistérios e encantos. Cada dia carrega novas surpresas, ciladas e maravilhosas sensações. O chá que tem a sua cura só vai encontrar quando o sol se curvar, a noite vacilar e o luar pestanejar".
Essa história tem desfecho surpreendente e só será revelado quando 50 pessoas mandarem mensagem com esse texto: Vactum Jata Casmin.