O menininho e a jabota

Cheguei da escola encontrei meu Amor e perguntei:

Por que meu amor está cansada ?

Meu amor está cansada não. Ela não cansa , é ativa, vigorosa. A sua mente não para. O olhar cuidadoso não cessa. E foi com esse olhar de cuidado que ela salvou a jabota. A jabota danadinha lá de casa que adora se esconder como criança dentro de casa que se esconde no guarda-roupa.

Só que a jabota achou uma sacola preta de lixo aberta e foi lá que ela se escondeu.

À tardinha ela procura um canto frio, um lugar escuro para dormir. Só que ela não gosta da casinha dela, não! Ela vai à procura de qualquer outro lugar e foi numa voltinha que ela entrou na sacola preta com algumas folhas e lixas de restos de pinturas que ela entrou.

Adivinhem onde ela foi parar? Na lixeira?

Sim, isso mesmo, na lixeira.

Ela nos deixou assim preocupados foi na manhã bem cedo que ela deu uma voltinha essa voltinha gerou uma ansiedade tremenda.

Sabe, o cuidado que meu amor tem todo dia vai ao quintal olha para um lado, olha para outro, procura aqui, procura ali, até ter a certeza que eles estão ali. Mas na manhã do dia 25 de abril, minha esposa estava lavando louça, quando ouviu o barulho do som da caçamba passando, ficou admirada porque já era tarde. Ela pressentiu, sabe, ela pressente as coisas e daí então ela correu para a porta da rua, mas verificou que não dava mais tempo de levar mais nenhuma sacola de lixo para fora, pois o carro já havia pegado as da lixeira.

O seu aluninho Carlos Alexandre ia passando no momento, ao vê-la foi logo dizendo que o homem da caçamba havia encontrado um jabuti.

Amor ficou muito admirada:

- Puxa, o homem achou um jabuti!

-Aqui bem perto de minha casa. Que coincidência!

Ela pensou:

- Eu tenho dois jabutis e vou já verificar se estão todos ali.

Então ela correu para o quintal para verificar. Procurou imediatamente por todo o quintal, afastou as plantas, olhou todos os esconderijos e viu que a jabota não estava.

Não pensou duas vezes, pegou sua motinha, uma biz vermelha e saiu em disparada, rodando pelas ruas do bairro atrás da caçamba do lixo, por onde passava olhava se as lixeiras estavam vazias, porque assim sabia que por ali a caçamba já havia passado. Até que chegou na Rua Jerusalém, onde as lixeiras estavam cheias, então parou na casa de uma amiga e esperou a caçamba. Durante todo percurso, ela ia pensando no nosso filho, o dono da jabota, que estava para escola. Nem que passasse a manhã toda procurando, ela não ia desistir de encontrá-la.

De repente, a caçamba surgiu. Ela não conseguiu esperar, foi ao encontro da caçamba e aos brados pediu: - Senhores, me deem meu jabuti!!! Eu sei que vocês encontraram, por favor, me devolvam meu jabuti! O menininho me disse que vocês encontraram e esse jabuti é meu. Devolvam-me, por favor!

O senhor alto e forte pegou a caixinha com o jabuti dentro e entregou com a seguinte frase; - Ele estava na lixeira, dentro da sacola. Tenha mais cuidado!!!

Minha esposa agradeceu imensamente feliz por ter conseguido resgatar a danadinha da jabota.

Meu amor ficou cansada de rodar o bairro inteiro, mas encontrou o carro de lixo e a alegria nos trouxe, porque encontrou a jabota fujona.

Meu amor tem pressentimento. Que pressentimento que nada! É puro cuidado, é puro amor de uma mãe, cheia de sentimentos, imaginando que seu filho iria chegar da escola e não iria encontrar o seu animal de estimação, por isso não mediu esforços e trouxe de volta para casa a nossa querida jabota.

Valter Alves da Silva(esposo de Marinalva Almada)
Enviado por Marinalva Almada em 26/04/2023
Reeditado em 23/01/2024
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