QUANDO A FLOR SUFOCA A EFERVESCÊNCIA DO SER (BVIW)

 

 A Flor da minha vida é a mesma de Gertrudes Stein: uma rosa é uma rosa é uma rosa -  SEM ESPINHOS.

  Há doze anos publiquei um texto no  BVIW  sob o título  Quando a Flor Sufoca a Efervescência do ser. Não sei  se vou fugir do tema, mas vou republicar

                          ...  Embora tivesse consciência que passava para as pessoas certa tranquilidade, uma calma aparente, um certo ar de bondade, muito lhe incomodava a maneira como era vista: uma flor de pessoa. Ah, como estavam enganados todos aqueles que assim a viam, e o que viam estava longe de exprimir a sua realidade interior, não imaginavam que essa aparência de flor sufocava a efervescência de um ser. De um ser sufocado por um turbilhão de sentimentos, que desembocavam num amor desmedido que lhe queimava a alma e que lhe fora arrebatado.

Assim, enquanto parecia revestida da placidez de uma flor, lutava para acomodar esses sentimentos dentro de si e o fazia com a maestria de fazer inveja a natureza, nada destruía, embora vez por outra se visse às voltas com a  ameaça de ativa vulcanização, logo abafada pela falta de sintonia entre o sentir e o deixar fluir, é como se não mais existisse força nem motivação, a matéria em fusão natural já não produz a lava e sem lava não há erupção. Vulcão extinto é o que se tornou o pobre ser.

 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 25/04/2023
Reeditado em 25/04/2023
Código do texto: T7772589
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