ROSAS E BILHETES (BVIW)

Gosto é gosto e, claro, cada um tem o seu. Quando trata-se de flores, o meu gosto são as rosas. Para mim, elas são perfeitas. E gosto delas em todas as cores. Vermelhas, amarelas, brancas, azuis, laranjas, cor-de-rosa, as rosas são nobres em qualquer jardim, em qualquer festa, em qualquer canção, em qualquer gesto, em qualquer lugar.

Outro dia, folheando um livro, encontrei uma rosa seca entre as páginas. Fiquei intrigada. Por que razão será que pus aquela rosa no meio de um livro? Era coisa antiga, não me lembro quando, nem o porquê, mas se foi guardada, ela mereceu.

Toquei as pétalas quebradiças. Corri os dedos pela haste lisa. Pensei que se a rosa tivesse seus espinhos, certamente seria maior meu cuidado ao tocá-la. Os espinhos são defesas, e toda rosa tem as suas. Feitas de veludo, as rosas também se guardam, se protegem. Quanto à minha, quem me deu teve o cuidado de retirar o que pudesse machucar: isso é querer bem.

Na canção "Rosas", de Ana Carolina, há um trecho que diz: "Porque eu gosto é de rosas e rosas e rosas/ Acompanhadas de um bilhete, me deixam nervosa". Já no meu caso, sou grata demais pela ausência dos espinhos, e só sinto que minha rosa não tenha vindo acompanhada de um bilhetinho.

Tema da semana: São rosas e seus espinhos (crônica)