Meu pequeno amor
Quando leio me transporto para um mundo mágico.
Um mundo que só existe entre o escritor e o leitor.
Através das palavras podemos construir um universo paralelo, só nosso.
Acredito que cada leitor capta de modo diferente a mesma leitura. Têm alguns que conseguem ler nas entrelinhas, captar a alma e o sentimento puro do escritor.
Um livro ,desperta em mim as mais curiosas sensações...
Quando ganho um livro novo, gosto de abrir aos pouquinhos.
Tiro o plástico bem devagarzinho, com cuidado.
Gosto de virar, ler atrás primeiro. Leio tudo, o nome do autor, a editora, notas de orelha...
Coloco perto do nariz e sinto o cheiro de tipografia, a tinta fresca...
É mágica a sensação!
Folheio devagar, quase como a fazer um carinho.
Analiso se a letra é pequena ou grande.
Se há livro um, livro dois, e assim por diante.
Vejo até, se os capítulos são numerados com romanos ou cardinais.
Parece loucura?
Pode até ser, mas eu gosto de saborear cada pedacinho de um livro. Sei que ali esta cada gota da essência do autor.
Pode ser uma ficção ou romance, até mesmo um documentário, o autor está ali dentro daquelas páginas mágicas.
Sou conhecida por ser comilona, uma baita gulosa, alguns diriam.
Mas quando falamos de livro...
Começo a ler de forma afoita, quero desvendar a trama, conhecer os personagens.
Reconhecer lugares tão meus ali, bem naquelas páginas.
Mas quando o livro está lá para o meio, tento dar um tom mais pausado a minha leitura.
É a dor, a dor de saber que aquela gostura vai ter fim.
Que quando eu menos esperar a história vai acabar, e eu vou estar na última página a olhar para ele, com cara de quero mais.
Tristeza é o que sinto.
Não guardo ainda na estante, ele fica ali por alguns dias na minha cabeceira.
Se eu quiser matar a saudade é só esticar o braço e acariciar.
Passa um tempinho, e aí sim, eu posso ir sorrindo coloca-lo com carinho junto a tantos outros.
Sempre me resta a certeza de que quando eu quiser, ele vai estar ali, bem perto, para que eu possa ler de novo.
E eu leio mesmo, tenho livros que já li novamente mais umas quatro vezes.
Não empresto também.
Ta... Até empresto, mas a sensação é igual á que eu tenho quando deixo o meu filho fazer um passeio sozinho com a escola.
Não sossego até ele voltar.
E quando volta ! Olho de cabo a rabo, para ver se está tudo bem com ele.
Meu pequeno amor!