Ela sobre amar e domar

O silencio dela era o paciente amor de Deus. Ela costumava correr dez quilômetros todos os dias e de segunda até domingo não parava seu distinto maior e prior amar e se domar; e ela era pisciana e tinha um trejeito certo para faze crochê e viver e desta profissão e ter o diapasão de cada o corajoso ser humano que afronte seu paradigma ser voluntária e no hospital próximo de sua casa para conversar com os pacientes mais necessitados de lá e que nem mesmo os parentes iam visitá-los e eles e elas lhe eram gratos e ela ia a uma ala que ninguém ousava ir: a ala dos queimados; e lá era o pior lugar do hospital para se visitar alguém, pois ninguém ousava ir pela feiura das pessoas tratadas não porque queriam mais sim a condição em que estavam. E ela estava atravessando a faixa dos pedestres quando saia do hospital e foi atropelada e levada ao hospital; e lá aqueles que ela visitou a iam visitar para dar um ombro amigo e sereno; e ela teve dois enfartes e faleceu em duas semanas dentro da ala sete a oposta a sala dos queimados. E todos choraram e tiveram misericórdia dela e ela foi sepultada no cemitério ao lado do hospital no jazigo da família dela com sete coroas de flores e um coral de pacientes do hospital que homenagearam ela e seu talento com as pessoas que destoavam falar bem da amiga que infelizmente morreu atropelada e sentida de serenidade e agudiza vontade de ser útil e vencer na vida e o motorista que a atropelou foi preso e condenado a doze anos de cadeia pois estava bêbado quando ele a atropelou e o caminhão ficou com as manchas de sangue dela nossa heroína e querida amiga e que era a flor do lutar e do luar e que destoava uma paixão pela Bíblia e que sempre acreditava no poder do perdão ao próximo e que a fonte de paz dela era os quatro evangelhos pois morrera virgem de tudo até mesmo de beijo nos lábios de nenhum homem; e que era leitora na igreja e todos os sábados e domingos fazia leitura e era também ministra da eucaristia e o padre de nome Reinaldo a abençoou depois que ela morreu e dez a extrema-unção para perdoar todos os seus pecados e então ela ir ao céu com Jesus lá estar; ronronava as pessoas que existiam homens apaixonados por ela mas ela não dava a menor atenção ou sortilégio e que o perdoado motorista e que quando ele saiu da prisão foi até o túmulo dela pedir seu perdão lá do céu e ela mandou uma pomba que trazia uma fita branca e a pôs nas duas mãos do motorista; e ele procurou emprego e nunca mais foi motorista e nunca mais voltou a beber e agora quem visitava os doentes e feridos queimados do hospital era ele o motorista que estava cada dia mais apaixonado pelos doentes que fez vestibular e ganhou uma bolsa para fazer medicina clinica geral e depois se especializou a cuidar dos queimados e foi muito feliz e contento; agora ele entendia a paixão dela em cuidar desses enfermos e pois sim ou não o perdão veio de cada ser que ela tratava e agora quem os tratava era ele o motorista arrependido e agora era querido por muitos e todos e o corpo médico daquele hospital o abraçou como fizera com ela a boa samaritana.

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 24/04/2023
Código do texto: T7772131
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.