Habitação popular
Aparentemente todos os governos são como “pais”, talvez “mães” para a população. Entra governo, sai governo, e o jeito de aplicar a verba em melhorias públicas em benefícios dos cidadãos não muda. Vejam os prédios populares construídos nas últimas décadas, dedicados a população de baixa renda. Paredes finas – parecem isopor de cimento. Quatro andares, talvez mais. Economia ao extremo. Elevadores para quê? A terceira idade precisa de ginástica. Muita! Acabamento. Nunca! Encarece a obra. Playground. Não precisa. As crianças que se virem para brincar. Piscina é um luxo. Nas redondezas, tem muitos córregos a céu aberto. Salão de festas. Que fantasia! Pobre usa os salões das igrejas para os batismos e comemorações. Aniversários dos pais e dos filhos não dá nem pra pensar em festejar - um salário-mínimo, talvez dois foi sempre insuficiente. E a prioridade, do provedor de uma família, é pagar o reajuste das prestações e alimentá-la. Pergunto - as construtoras lucraram?
Claro que sim. E muito.
Morar nestes prédios é um paraíso para quem nunca teve teto próprio, com certeza, por este prisma, é!
Em trinta metros quadrados; dois quartos, sala/ cozinha, três por três, e um minúsculo banheiro. É o suficiente? Um quebra cabeça para quem tem quatro, seis, pessoas na família – mas, nós brasileiros, sempre damos um jeitinho. Meninos e meninas somam-se nos pequenos quartos.
Ah! Que “superpais”, esses governos dão-nos um teto, quero dizer: vendem-nos baratinho! Pequeno! Mas não importa, Deus faz milagres – ele sempre aumenta o mínimo. E aí, dá para comer e vestir-se. Infelizmente penso que essa mesma filosofia é também aplicada na construção de escolas estaduais e municipais. Onde, um mínimo de conforto para os alunos deveria ser levado em conta, além, é claro, de investir na qualificação, tecnologia e boa remuneração dos professores! Precisamos, sim de boa moradia, e de atrativos para que nossos filhos se sintam bem em nossas casas e no local onde estudam. É fundamental para uma criança ou um jovem poder apresentar e ter orgulho de sua casa e da escola onde estuda, onde consequentemente desenvolve o convívio social – formando as suas galeras! Eles precisam estar felizes nestes dois ambientes. Precisamos fazer de tudo para despertar o interesse neles para que progridam na vida. E a base deste processo está em casa e nas escolas. Sabemos que o mercado de trabalho está cada dia mais exigente e com vagas escassas. Não queremos ver nossos filhos trabalhando como mão de obra não qualificada, ou que se marginalizem, certo!
Então vamos agradecer de coração este sagrado teto e as escolas modelos construídas ao longo dos últimos sessenta anos, mas, porque não humanizar as próximas construções, dando um passo além, para melhorar o futuro das novas gerações com um teto e escolas mais aconchegantes. Simplesmente inserindo na concepção dos novos projetos - um olhar mais holístico. Levando em consideração o máximo das necessidades de cada indivíduo nesta sociedade tão competitiva. Digo isso agora porque antes, eu como criança nada questionava, e não saberia opinar...