Piloto Automático
O dia passou muito rápido, já era, pois noite. Imersa no trabalho acumulado, não percebi que acionei o modo automático em pleno feriado, sem a consciência da percepção sensorial do momento presente.
O dia foi monótomo e cansativo e eu só precisava de uma boa noite de sono, no automático: escovo os dentes, faço o skinkare e como um robô vou para a cama. Mas, até agorinha, o sono não veio e pelo que vejo não virá tão cedo.
Aqui todos dormem enquanto eu perambulo pela casa. Sento à mesa, tomo água e percebo que foi necessário faltar-me o sono para que eu saísse do piloto automático. Levanto da cadeira e na ponta dos pés faço meu trajeto de retorno, abro a janela, buscando a lua, mas ela não apareceu. As nuvens impediram-me de vê-la e assim, fecho a janela e emburrada, volto para a cama. Confortavelmente, fico à espera! Quem sabe ele vem?…
Ouço uma gota modesta no telhado, daquelas que barulham suave como uma canção de ninar. E eu já com a cabeça no travesseiro, sou embalada pela sinfonia natural, e o maestro controla o ritmo e direção do som, e já cochilando agradeci pela delicadeza de Deus ao preparar-me para dormir. Assim, cochilando, proponho a você acordar! Que tal desligar o piloto automático e aproveitar a sinfonia natural?