Roma
Enquanto tomava solitariamente o meu cafezinho na cozinha, ouvi uma leve batida na porta da frente. Conferi o relógio: seis e meia da manhã. Corri a atender. Até que enfim ganharia uma companhia! E vamos ser honestos: tomar café jogando conversa fora é muito melhor! Era, a pessoa que batia na porta, a querida prima Anna. Depois de lhe desejar um bom dia, comentei o ocorrido sobre a falha no aquecimento. Ela ficou deveras preocupada e me levou ao subsolo, e mostrou como fazer caso voltasse a acontecer o apagão, mas, problemas a parte...
O que vamos fazer hoje? - perguntei.
A agenda está cheia, respondeu-me ela. Só depois me falou que o seu irmão, o primo Giuseppe, já estava a caminho para nos levar para Roma.
Nem é preciso falar na correria de cada um tomar café e se arrumar a tempo.
O dia estava apenas começando. Não demorou muito e chegou o Giuseppe. Só fizemos nos acomodar na Van e partimos com destino a Roma.
Conversas tantas surgiram no percurso até a capital, mas, o mais gostoso, foi poder desfrutar da paisagem. Tudo muito lindo!
Lá chegando, a primeira providência foi colocar novos chips nos celulares. Não sei como conseguimos ficar tanto tempo sem dar notícias aos parentes e amigos! Feito isso, começamos um passeio rápido pelos principais pontos turísticos da cidade.
Devido à proximidade do horário do almoço, resolvemos procurar um lugar para um lanche. Assim foi feito. Pela primeira vez saboreamos a pizza italiana. Foi pedida uma pizza para cada um, pensávamos que fosse pequena, puro engano. Gigante, quase não demos conta de comer a metade.
De bucho cheio, começamos o nosso passeio propriamente dito.
A Praça São Pedro foi nossa primeira parada, embora sem chances de entrar na Basílica. A fila estava quilométrica, por já ser quase Natal. A cidade estava abarrotada de turistas que, assim como nós, também queriam, não apenas admirar as belezas, mas ter a graça de poder caminhar naquele chão. Ficamos de voltar no dia doze de janeiro - haja vista a nossa volta ao Brasil ser por Roma.
Visitamos outros locais menos concorridos como: Castelo Sant’Ângelo, andamos pela margem do Rio Tibre ou Tevere - e atravessamos uma de suas pontes – por sinal muito charmosa, principalmente pelas gaivotas mansinhas em seu gradil de concreto, enquanto apreciávamos a arquitetura do Fórum Corte di Cassazione. Deslumbramo-nos com as belas fontes da Praça “Navona”, bem como o Presépio. Visitamos outra Igreja, que não me lembro o Santo, e por último fomos ao Pantheon - hoje funcionando como a Basílica de Santa Maria ad Martyres. Ficamos boquiabertos com tanta beleza! Curiosamente, no alto do teto tem uma abertura em forma de círculo e, no passado, com o calor das velas acesas em seu interior, mesmo em dias de chuva, a água que caia do teto era nebulizada. Hoje, já se tem vários ralos para o escoamento da água da chuva.
Aproveitamos ao máximo o tempo para as visitas. Fomos na Fontana dei Quattro Fiumi – Fonte dos Quatro Rios, na Praça Navona. Belíssima!
Cansados, paramos para um merecido cafezinho. Enquanto descansávamos, começamos a elencar as visitas que faríamos no dia doze de janeiro: Basílica, Coliseu e Fontana di Trevi.
Hora de voltarmos. Para chegarmos até onde estava Giuseppe era preciso pegar um ônibus e o metrô. Giuseppe nos esperaria na estação, para nos levar de volta para Subiaco.
Depois de longa espera, pegamos o ônibus. Enquanto nos organizávamos para passar o bilhete na catraca, o motorista saiu num tranco só, fazendo o sogro da minha filha perder o equilíbrio, cair sobre mim. Pense no aperreio! Ele ainda se segurou, mas eu fui ao chão com tudo. E tem mais: não conseguia me levantar, pois deu câimbra em uma das pernas. Não sei se fiz muita força para segurar o nosso peso corporal, daí já viu. Foi cruel! Ninguém riu, mas acredito que ficaram com vontade de rir. Foi hilária a minha queda!
Vida que segue. Demorei, mas me levantei! Giuseppe nos levou para Subiaco, já que ainda tínhamos um compromisso a cumprir.
A recepção foi na casa do tio Armando. Eles já nos aguardavam ansiosos. Seu filho Tonino, com a esposa e os filhos, além da prima Antonella, com esposo e filhos, estavam todos a postos.
Foi uma noite maravilhosa!
Tio Armando com a sua bolsinha, onde carrega as suas memórias fotográficas, encantava a todos, mas, principalmente a Ana, que não os via há tempo!
Enquanto foi servido o banquete - obedecendo a sequência citada em outro relato -, além de degustarmos deliciosos pratos, as gargalhadas e o bom vinho tomaram conta do ambiente.
Encerramos a noite prometendo novos encontros.
Minha esperança era que os próximos fossem apenas belos e alegres. Afinal, bota sem solado e queda no ônibus, definitivamente, não estavam nos planos (se não entendeu, volte dois relatos cronísticos).