Memórias da minha infância em Vila Velha--E.S.--Tardes de domingo

Ontem, parado a observar as crianças brincando próximo a minha casa, voltei no tempo e comparei nossos comportamentos.

O relacionamento entre as crianças de hoje, expressa o tipo de educação e informação que ora recebem. Paira um clima de agressividade e desrespeito. A todo instante e por qualquer motivo se agridem, quer por palavras ou fisicamente.

Voltei quase meio século até o bairro de Ataíde.

Domingo era um dia especial para mim pois mamãe ficava em casa o dia todo; alem de desfrutar de seus carinhos, eu ficava livre das obrigações e podia brincar a vontade.

Eu e meus vizinhos nos reuníamos para a brincadeira ora em voga: pião, bola de gude, fincar o ferro, bate as mãos, pique-esconde, etc...

Havia um clima de amizade e cordialidade que perdurava por longos anos.

A exeção era um garoto mais velho( não lembro o nome) que só aparecia para tomar nossos brinquedos e nos dar cascudos. Nossa vingança era correr cantando "...a gente não pode nem brincar... por causa do orelhudo-pé-de-burro". Ato que o deixava enfurecido.

A cena que não foge a minha mente, é a de nossas reuniões de cantoria do nosso hino do dia de domingo:

Hoje é domingo... do pé do cachimbo

O cachimbo é de ouro... dá no touro

O touro é valente... dá na gente

A gente é fraco... cai no buraco

O buraco é fundo... arrasa o mundo

É... como era bom os domingos.

joslu
Enviado por joslu em 13/12/2007
Reeditado em 18/04/2014
Código do texto: T776998
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.