Memórias da minha infância em Vila Velha--E.S.--Tardes de domingo
Ontem, parado a observar as crianças brincando próximo a minha casa, voltei no tempo e comparei nossos comportamentos.
O relacionamento entre as crianças de hoje, expressa o tipo de educação e informação que ora recebem. Paira um clima de agressividade e desrespeito. A todo instante e por qualquer motivo se agridem, quer por palavras ou fisicamente.
Voltei quase meio século até o bairro de Ataíde.
Domingo era um dia especial para mim pois mamãe ficava em casa o dia todo; alem de desfrutar de seus carinhos, eu ficava livre das obrigações e podia brincar a vontade.
Eu e meus vizinhos nos reuníamos para a brincadeira ora em voga: pião, bola de gude, fincar o ferro, bate as mãos, pique-esconde, etc...
Havia um clima de amizade e cordialidade que perdurava por longos anos.
A exeção era um garoto mais velho( não lembro o nome) que só aparecia para tomar nossos brinquedos e nos dar cascudos. Nossa vingança era correr cantando "...a gente não pode nem brincar... por causa do orelhudo-pé-de-burro". Ato que o deixava enfurecido.
A cena que não foge a minha mente, é a de nossas reuniões de cantoria do nosso hino do dia de domingo:
Hoje é domingo... do pé do cachimbo
O cachimbo é de ouro... dá no touro
O touro é valente... dá na gente
A gente é fraco... cai no buraco
O buraco é fundo... arrasa o mundo
É... como era bom os domingos.