APERFEIÇOA-TE NA ARTE DE ESCUTAR...

Aperfeiçoa-te na Arte de Escutar...

(Vento Lusitano)

Recentemente assisti, sem desejar, um embate. De um lado estava uma “fala” destemperada e do outro a serenidade do “silêncio”. Confesso! O silêncio venceu. A verdade é que falar é fácil, difícil é saber escutar e usar o silêncio na hora certa. O silêncio em certos momentos é muito valioso, principalmente quando estamos com raiva, pois ficando em silêncio estamos evitando falar com emoção, falar sem pensar. Devemos ter muito cuidado com a fala, pois a fala, a frase, pode machucar mais que um punhal. Como bem diz o ditado: “O que não disse hoje posso dizer amanhã, mas o que disse não posso desdizer amanhã”. Tem ainda outro ditado que diz: “O peixe morre pela boca”. Sendo assim, é incontroverso que devemos ter atenção com o que falamos. Conta-nos a História que REI FELIPE DA MACEDÔNIA, famoso pelo senso de Justiça, tapava um dos ouvidos quando ouvia um acusador. Certa vez, o acusador lhe perguntou por que assim procedia. O Rei então lhe respondeu: “Porque deixo um totalmente livre a defesa.”

Disso tudo se concluiu que devemos escutar mais e falar menos. São muitos os ensinamentos a este respeito. Salomão foi muito sábio quando escreveu: “Tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar.” (Eclesiastes 3:7). Mas o exemplo mais significante de escutar, de silêncio, é aquele em que quando queriam crucificar o próximo sem olhar para as próprias falhas, Ele em primeira resposta ficou em silêncio, o silêncio é a oração dos sábios. Ao optar pelo silencio, Jesus optou por pensar antes de reagir. Ele escrevia na areia, talvez dissesse para si mesmo: “Que homens são esses que querem que eu a julgue, se eu quero amá-la? Por que, em vez de olhar para os erros dela, não olham para seus próprios erros?”

O silencio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, oxigenando a racionalidade deles. Num segundo momento, eles voltaram a perguntar o veredicto do Mestre. Então, finalmente, ele se levantou. Fitou os que o acusavam nos olhos, como se dissesse: “Matem a mulher! Todavia, antes de apedrejá-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparentes em enxergar as suas falhas, erros e contradições.” Esse era o sentido de suas palavras. “Quem não tem pecado atire a primeira pedra!”

Não restam dúvidas que devemos ter cuidado com nossa fala, escutar mais e falar menos. Como bem disse o saudoso poeta mineiro Altino Caixeta de Castro - “Aperfeiçoa-te na arte de escutar, só quem ouviu o rio pode ouvir o mar.”