Canudos
Caro leitor, falar de "Canudos", não tem como não lembrar de "Euclides da Cunha." Ele soube retratar muito bem Canudos em sua obra literária "Os Sertões" publicada em 1902.
A história brasileira descreve que a pequena comunidade de Canudos, no nordeste baiano, já existia desde o século 18, mas viveu seu auge apenas no século seguinte. A partir de 1893, o vilarejo passou por um crescimento vertiginoso com a chegada de uma figura que marcaria para sempre a história do lugar. Antônio Conselheiro era o apelido de Antônio Vicente Mendes Maciel, que há anos vagava pelos sertões pregando valores sociais e cristãos.
Ele era conhecido como profeta por seus seguidores. Conselheiro criticava a recém instaurada república pelo seu afastamento da Igreja e abarcava também em seus discursos as condições miseráveis de vida dos sertanejos e o pouco auxílio que recebiam dos governantes.
A República, na verdade, aparecia no sertão quase que unicamente com um objetivo: a cobrança de impostos. A tudo isso, associava-se ainda o histórico de concentração de terras improdutivas e a seca da região. Com seu discurso messiânico, Antônio Conselheiro passou a atrair cada vez mais gente para a região de Canudos, vivendo sob regras e princípios que se descolavam cada vez mais da República. Ele rebatizou o povoado de Belo Monte. Em sua curta existência, o arraial deu abrigo a milhares de camponeses pobres e desvalidos que, expulsos da terra pelas secas e pelo latifúndio, buscavam melhores condições de subsistência e assistência espiritual. Foi quase de imediato considerado um perigo para a ordem estabelecida
.“Os Sertões” é uma das obras mais emblemáticas do escritor pré-modernista Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902. A obra regionalista narra os acontecimentos da sangrenta Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro (1830-1897), que ocorreu no Interior da Bahia, durante 1896 e 1897.