"O Brasil não tem povo, tem público"
Esta frase é do escritor Lima Barreto, de quem já falamos aqui em outro pobre texto. A afirmação é mais do que correta.
A população brasileira, desde o Império, não só assiste passivamente às mazelas e corrupções de sua elite dominante, como assume um lado qualquer e torce, enfática e fanaticamente, por este lado.
Esta constatação é tão fácil de se observar em nosso país, agora, por exemplo: dividido em dois lados, o público torce freneticamente por seu político corrupto de estimação (tudo é justificável para o seu lado) e vibra com as derrotas do outro lado. Imbecis, estúpidos e hipócritas, não percebem que são eles mesmos as vítimas do sistema que eles mesmos alimentam. Eleitores de Bolsonaro achavam justificáveis os aumentos constantes nos combustíveis, enquanto os de Lula reclamavam; agora, que os preços, mesmo oscilando, mantem um valor médio fixo bem inferior ao praticado nos últimos anos, os bolsonaristas reclamam dos preços praticados.
É um público idiotizado; uma plateia fanatizada. Enquanto não nos apercebermos como povo, continuaremos plateia a assistir os saques dos quais somos vítimas.