Dissidente

PENSO que quando atingimos o outono da vida ficamos mais leves e muito mais francos, embora a franqueza seja permeada pela ternura.

No entanto, apesar de estar mais leve e a franqueza light, não renunciei à minha condição de eterno dissidente. Sim, tenho essa mania. Não sou um cara que segue o que decide a maioria. Se não concordar, fico contra. E priu. Não me deixo dominar pela unanimidade. Mesmo admitindo algum tipo de mérito, acerto e medidas corretas, mas se algo não me agrada, discordo. Lembro do que escreveu São Paulo aos Coríntios:

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”.

Vejam bem, estou achando que o governo Lula está no caminho certo, o Brasil deixou de ser um pária no exterior, a educação está melhorando, a saúde também, o meio ambiente está sendo protegido, os pobres estão começando a ser realmente atendidos, o dólar está caindo, a bolsa subindo e a inflação dando sinais de baixa. É inegável. Então porque estou me considerando dissidente? Porque estão prolongando esse tal arcabouço e estão falando demais. Simples assim. William Porto. Inté.