SAÚDE E SOLIDÃO

Não é de hoje que você e eu fomos alertados que alimentos processados ou ultraprocessados como leite longa vida, presunto, salsicha, mortadela, refrigerantes, macarrão instantâneo, hambúrguer, sorvete, biscoito recheado, margarina (que nem as moscas ousam comer) etc., vão aos poucos minando nossa saúde, pois em geral, tais alimentos possuem alto teor de sódio, açúcar e corantes artificiais.

Além de contribuírem para a obesidade e o surgimento de doenças como diabetes e hipertensão, estudos também apontam para o potencial cancerígeno desses alimentos.

Podemos adotar uma dieta rica em frutas, legumes e verduras, mas aí logo me vem à mente o problema das lavouras bombardeadas por agrotóxicos, que têm a finalidade de combater as pragas, entretanto, com um potencial igualmente cancerígeno. Pensamento perturbador, não acham?

E eis aqui uma constatação perturbadora: ingerindo tanto alimento que prejudica a nossa saúde, a gente vive mesmo é por pura teimosia.

Dentro do que me é possível, procuro levar uma vida mais saudável: pratico exercícios físicos, não fumo, evito ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas, não consumo drogas, incluindo certos pseudoartistas da safra atual do nosso cenário musical, e só faço uso de medicamentos quando estes são realmente necessários, porque toda droga medicamentosa também tem seus efeitos colaterais.

Por outro lado, cuidar da saúde possui o seu efeito colateral ou indesejado, a solidão.

Vivendo em sociedades repletas de vícios e maus hábitos alimentares e sociais, uma pessoa que tenha optado por andar na contramão de tudo isso é quase sempre discriminada. Em suma, tais sociedades juram que o problema está mesmo em você, e que o seu modo austero e santo de viver não passa de um fanatismo insuportável.

Minha solidão só não é completa porque felizmente algumas pessoas pensam como eu.

Sim, é claro que qualquer dia desses eu direi ao meu corpo: “você já era, meu amigo”. No entanto, deixem-me: prefiro cuidar da saúde a tentar cuidar da doença.