ÁGUIA X BESTA

No ano de 1907, na 2ª Conferência de Paz realizada em Haia/Holanda, o Brasil foi representado pelo brilhante Ruy Barbosa que além de advogado era escritor, jornalista, político, diplomata e (dizem) possuía fluência em 23 línguas diferentes.

As histórias surgidas por conta da sua atuação nesse certame dão conta de que, por ter ouvido dos demais participantes o comentário “uma casa tão grande para um homem tão pequeno” por conta de ser magro, de baixa estatura e de cabeça grande desproporcional ao corpo, resolvera demonstrar sua capacidade e teria perguntado ao presidente em que língua ele deveria se expressar – faça-o em sua língua natal, foi o conselho que recebeu.

Então o Ruy proferiu o discurso em Tupi e depois em Francês, que era a língua universal naqueles tempos, em Espanhol, Inglês, Alemão, Russo, enfim nas línguas pátrias de cada uma das delegações ali presentes.

Então depois disso, teria ouvido “um homem tão grande para uma casa tão pequena”.

Verdade ou não o fato é que por sua atuação o Barão do Rio Branco cunhou o título de Águia de Haia ao ilustre brasileiro que por ter ideias liberais, prestou inestimáveis serviços à pátria.

O tempo passou, o jogo político eclipsou alguns, elevou outros, criaram-se vários organismos internacionais, entre eles o BRICS que reúne num bloco preferencial os países África do Sul, China, Índia, Rússia e o Brasil que neste ano de 2023, será representado pela “mulher sapiens”.

Por suas frases bem concatenadas, fluência verbal, lucidez e clareza de ideias, causa-me um prazer satânico pela saia justa em que ficará o intérprete de Libras quando forem proferidos os seus discursos em Russo, Hindi, Mandarim, Africâner além de Inglês que, atualmente, é a língua universal.

Em vez do Águia de Haia, teremos a Besta Quadrada do BRICS, porque nesses últimos tempos o Brasil não perde a oportunidade de passar vergonha dentro de casa ou pelo mundo afora.