TUDO COMO D’ANTES NO QUARTEL DE ABRANTES
Tudo como d’antes no quartel de Abrantes foi dito popular cunhado na época em que as tropas de Napoleão já tinham dominado toda a Península Ibérica e naquele pedaço ao Sul de Portugal, onde se localiza a construção que, antes tinha sido palácio e agora abrigava militares, o mandava chuva era o francês Jean Junot que, aproveitando-se da ausência de D. João, deu a si o título de Duque d’Abrantes e pelo fracasso da ocupação*, a mesmice prevaleceu dando então origem ao ditado que, em síntese, significa que nada mudou.
Trazendo o significado para os dias atuais, podemos dizer que a chegada dos vermelhos ao poder no Brasil, demonstra que nada mudou no seu modus operandi.
Nesses 100 dias, a disputa por cargos está uma verdadeira briga de foice, porque todos os partidos coligados (ou seriam bandos mancomunados?) querem as melhores fatias dos trinta e tantos ministérios, estatais e empresas de economia mista cujos orçamentos nababescos serão “fatiados” entre os cumpanhêru, sem projetos ou obrigatoriedade de prestação de contas.
As ong’s que tinham fugido do Brasil no governo do Presidente Bolsonaro, já voltaram para atuar na Amazônia brasileira e suas ações terão tratamento igual à mala diplomática, sem fiscalização nem controle pois, afinal é tudo pelo bem dos povos daquela região.
Desemprego, inadimplência, carga tributária e inflação estão em curva ascendente ao mesmo tempo em que a bolsa acumula perdas semana após semana.
Os nossos veneráveis representantes no congresso, a fim de aumentar o poder de barganha nas verbas e cargos públicos para apaniguados, decidiram criar uma comissão parlamentar de inquérito sobre os atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro, com o objetivo de demonstrar cabalmente que foi tudo organizado com o aval do governo, mas alguém mais sabidinho, incluiu o M e o que seria CPI restrita a uma das casas, virou CPMI com deputados e senadores, cuja leitura para instalação depende do presidente do congresso, que a procrastinará ad aeternum, afinal trata-se de finório de primeira qualidade que não perderá mais essa oportunidade de garantir decisões dos tribunais superiores favoráveis aos pleitos do seu escritório de advocacia e de aumentar os saldos das suas contas em paraísos fiscais e, nesse jogo de empurra com a barriga, deputados e senadores que assinaram a petição em busca de publicidade, ao retirarem as suas assinaturas, garantirão melhores ganhos.
Estão sendo reatadas as alianças com lideranças narcotraficantes, terroristas e ditaduras. Novamente o BNDES financiará, a fundo perdido, obras nos países membros do Foro de São Paulo e o Nordeste Brasileiro voltará a sofrer as agruras das secas, porque a transposição das águas do Rio São Francisco foi interrompida pois, para o pt a seca é um bem do nordestino que deve ser preservado.
Teremos o déjà-vu dos oito governos petistas incrementados pela a presença da mulher-sapiens no BRICS e a constatação de que será “tudo pior do que antes no quartel de Abrantes”.
A nós meros mortais, frouxos e sem iniciativa, caberá assistir passivamente e calados por medo da censura.
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Com a ocupação de Portugal, Napoleão queria suspender o comércio com a Inglaterra. Como D. João tinha transferido a corte para o Brasil, e com a abertura dos portos houve aumento desse comércio, daí dizer-se que a ocupação francesa foi um fracasso.