DE VELA EM PUNHO QUERENDO FAZER UM FAVOR
Em qualquer noite, alguma parte de uma grande cidade pode ser atingida por uma queda de energia elétrica sem prévio aviso e justamente num horário crítico, como das 20 horas. Neste horário, alguém pretende jantar, assistir a um noticiário, um jogo ou uma novela. Quase sempre uma família está reunida, com algumas exceções. Quem vive em casas chega a ser diferente de quem mora em condomínio, pois neste caso, num momento assim, a tendência é logo um vizinho procurar saber se alguém tem uma vela para emprestar, apesar de que, com a proliferação dos celulares, nestas horas de escuridão sua lanterninha até que ajuda bastante, mas não substitui a praticidade de uma vela.
Então, sem querer me enaltecer, numa noite destas, aconteceu este fato no condomínio onde moro. Incontinenti fiz uso do celular para procurar uma vela e em seguida, peguei o suficiente para emprestar a dois vizinhos. De posse com uma vela acesa desci a escada, paulatinamente, até me sentindo uma "assombração" pelo silêncio e escuridão que me envolviam e fui oferecer os meus préstimos aos respectivos vizinhos. Antes um pouco de dar um toque na sua porta, coloquei-me no lugar deles e pensei rápido: "A minha intenção pode ser ótima, pois quero ajudar, mas agindo neste momento crítico, posso é assustar a pessoa". Mesmo cônscio de que para fazer o bem não tem dia nem hora programada, resolvi
protelar a minha atitude e regressei ao meu apartamento, com a minha consciência tranquila que, se uma boa intenção vale alguma coisa, nesta noite escura, ao tentar oferecer duas velas aos meus vizinhos, mesmo sem eles tomarem conhecimento daquela minha intenção, fique conformado, mesmo ficando o dito pelo não dito. E com aquele silêncio augusto me envolvendo, não perdi a oportunidade e resolvi fazer algo que sempre gosto que é rezar, não com o objetivo de pedir ajuda a Deus para que a energia elétrica voltasse imediatamente, pois a sua LUZ já me enlevava, mas para lhe agradecer por aquele momento de paz e de silêncio, o que é uma raridade nos dias de hoje.