"VOCÊ É NAZISTA?"
Foi Hannah Arendt filósofa, estudiosa e vítima do nazismo que cunhou o título: "A banalização do mal." Ao cobrir o julgamento de um funcionário do alto escalão nazista, Hannah percebeu que não estava diante de um monstro como muitos imaginavam o que deixou a comunidade judaica à época indignada com tal análise. Segundo ela, o funcionário não passava de um homem comum que seguia regras sem questionar seus próprios atos. Quantos de nós não somos assim tbm (claro que não se está chamando ninguém de nazista) que a semelhança desse homem nos acostumamos com às injustiças do dia a dia e as normalizamos? Olhamos, por exemplo, para pessoas em situação de rua, corrupção pública, para os roubos, furtos e latrocínios, para o tráfico de drogas, estupros, racismo, desigualdade social, etc, e achamos "normal." Ah, infelizmente é assim mesmo, fazer o que, diriam muitos." Será que daqui à pouco vamos começar achar normal tbm invadir escolas e atacar alunos? "Ah, isso eu jamais acharia." "Sou um cidadão ou cidadã de bem que trabalha e paga seus impostos," são geralmente as nossas justificativas. Será que basta? De acordo com Hannah não! Precisamos desenvolver uma cultura da indignação, da revolta, do não conformismo. É fácil? Claro que não, pois não queremos sair da nossa zona de conforto e confrontar sistemas. Mas, como bem disse Martin Luther King, “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons."