Como vai seu mundo?
Será que eu aínda sei fazer isso? Devo saber. Não é coisa que se esquece tão fácil, é que nem andar de bicicleta, andar de bicicleta. Exemplo aliás que nunca fez sentido pra mim, mas ok. Tem sido cada vez mais difícil ser o básico, fazer o básico. Acordar, tomar banho, pegar ônibus, ser gentil, atencioso, interessado, enérgico, lógico.
Esse texto não vai ser muito linear não, desculpa. Não tenho como organizar as coisas. Olhar para um texto como ele tem que ser. Hoje não.
Minha escrita anda menos afiada, quase definhando, acho que eu vou gripar, o dinheiro vai curto, o coração vai gigante. Ando sonhando muito. Aula passada, numa das matérias, a atividade era escrever uma ideia, e eu que tenho mania de anotação cacei logo uma no bloco de notas. Tadinho do meu bloco de notas, deveria pedir aumento o bichinho, adicional de insalubridade, uns diazinhos de folga. Só ele mesmo pra me aguentar.
A história começava assim, peguei de um sonho.
"Certa vez eu levei o coração para um relojoeiro, pedi para que me reparasse com precisão suíça, rigor milimétrico. Estava em frangalhos o bichinho." Um homem que vai até um relojoeiro pra se consertar. Ruim, bem ruim. Queria mesmo era sonhar bobo. Ou sei lá, sonhar com uma coisinha real, prosaica, uma manchete de jornal, um jingle de creme dental, o chiado da coquinha gelada, o cheiro de creme pra cabelo, não, não. Não adianta, qualquer coisa volta pro coração desregulado.
Hoje é dia sagrado, não é? Mas não sei de nada da liturgia, do rito da coisa. Nessas horas é que fazem falta as idas adiadas a igreja. Fazem? Mas não sei, se reservamos uma dúzia de dias pra dizer o que é sagrado, como ficam os outros? Pra mim sagrada é a casa das pessoas, o corpo das pessoas, o não das pessoas. Meu pai diz vez ou outra diz isso "o não é soberano"
Desculpe-me aqueles em que eu compartilho o tempo. E eu nem sei a quem culpar além de mim mesmo, se bem...se bem que não deve ser coisa de achar culpa, não sei. Ainda bem que meus amigos e conhecidos tão sempre pra me lembrar que eu não sou um monstro, que ser um monstro não é ser uma pessoa. E eu os amo por isso.
Falando em sim e não, em verdade e mentira. Hoje é dia do Jornalista, inclusive. E aqui fica este parágrafo pra vocês, mas que deveriam ser todos os parágrafos. Contar histórias deve existir desde que o mundo é mundo, e com certeza acontecia por intermédio de algum fofoqueiro profissional.
Eu já devo ter contado aqui que já quis ser jornalista um dia, admiro pra caramba a profissão. Desisti. Não por nada, acho que só porque as coisas que eu conto, ou são inventadas, ou são o que roubo dos outros, ou o que roubo de mim. Jornalismo deve estar um pouco acima disso.
Acho que vou dar tchau agora. Talvez eu apague isso aqui, talvez não, mas vou tomar um café. Comente, comente aí embaixo como está sendo seu dia, comente como está se sentindo, como vai o seu mundo. Lerei com carinho, prometo.