Tuas ruas, Bixiga!
Como deixar escapar os detalhes que vejo pelas ruas, pelo Bixiga?
Gostaria de ser melhor escritor ou um escritor mais rápido. Porque vai acontecendo tanta coisa que a gente se perde. Tem tanto detalhe para olhar. Tanto em cima como embaixo, alguém já disse que assim em cima como embaixo; assim embaixo como em cima – e daqui do alto, eu vejo o céu do Bixiga e se me permite o trocadilho, é uma bela duma vista, só prédio e urubus, coisa linda! Mas estou sendo simplório – além do céu e dos urubus e dos prédios, vê-se umas tintas verdes das copas das árvores, que resistem.
O desenho das nuvens também me encanta, escrevo isso abobalhado, escorrendo baba pelo canto da boca, um basbaque paulistano.
Que nuvens meu Deus do céu!
No entanto, o barulho do Bixiga é um inconveniente.
A sujeira também.
A bosta de cachorro também.
Mas deixa isso prá lá, vamos tapar o nariz e fechar os olhos e sentir o que há de bom! Tem a comida no Rancho Nordestino, a pimenta doce e a manteiga de garrafa, o jazz na escadaria, e o buteco da Dona Inês...