O tempo do meu tempo.
Acho mesmo e portanto creio fielmente, que desacreditei do tempo. Como me foi maravilhoso ser criança, tão belas lembranças, até poderia uma história ser escrita.
Assim por mais que me parecia ser eterna, minha infância foi definhando, uma metamorfose parecia invadir o meu ser, havido de brincadeiras, que perdia o encanto e quase me punha envergonhado de brincar.
E quase por encanto, entendi estar crescidinho e com onze anos, pegava o ônibus para trabalhar e estudar. Uma radical mudança, cheia de horários e responsabilidades, que aprendia ter, motivado pela hombridade de uma eterna criança feliz.
Meus dias divididos pelas manhãs em casa. as tardes no emprego de Oficie -Boy, e as noite em escola. Más tudo foi um tratado do tempo, na mente ainda infantil, que muito pouco entendia tamanha evolução.
Estou falando agora dos anos 70, de um Brasil de ditadura, de uma pátria sem identidade, visto por uma criança sem limites, cheio de sonhos escondidos e escondidas paixões, tão ingênuas.
Aí o tempo evaporava e eu crescia, más como um ser único me via, assim como tivesse o entendimento, do tempo que vivia.
Bom as consequências do meu atrevimento, mostrou que o tempo, que por um tempo foi meu aliado, passou ser um cobrador de atitudes, de comportamento de mais responsabilidades.
Assim aprendi como o mundo dá voltas, deixei a cidade e fui para o campo, para um interior onde tudo era virgem, á mata, os vilarejos, já tidos como cidades.
Troquei os ônibus urbanos por tratores, bicicletas por cavalos e dias pelas noites, arando e gradinado chão. Más ainda assim imaginava o tempo tão lento e amistoso, nunca o via covarde capaz de me envelhecer e me decepcionar.
Porém o sabemos cobrador dá vida, nos cobrando como um imposto silencioso o envelhecer, coisa que não é diferente comigo, como imaginei.
Envelheci, como um cidadão, que viveu intensamente suas alegrias e tristezas. Casei criei minhas duas filhas e enfim entendo que estou envelhecido. Cheio de saudades e histórias, dentro do tempo que permite a vida acontecer como queiramos, más nos cobra, nos definhando, nos cansando, sugando nossa vitalidade tão lentamente, que quando nos apercebemos estamos velhos.
E assim enquanto envelhecido escrevo, talvez com saudade dá altivez, que um dia vivi. Assustado com o traiçoeiro tempo, que um dia dele desacreditei.