SIGLAS & NÚMEROS
Somos governados por siglas e números. CPF. RG. PIS/PASEP... Quem entrou na política, é subordinado a PT, PTB, MDB... Já tivemos um tempo em que só eram permitidas duas facções: a ARENA, do Governo Militar e o PMDB (hoje MDB), uma espécie de "oposição consentida". Menos mal que hoje estamos em uma democracia e que a tentativa de colocar os militares no poder por parte de um capitãozinho saído dos esgotos do Brasil foi frustrada por vontade do voto popular.
Mas tem coisas que não entendo. Uma delas é a capacidade dos deputados e senadores de se manterem no poder em outros cargos apesar de não terem sido eleitos na última eleição, posto que se candidatam a outras funções nesta turba corrupta que nos governa. É um sistema falho, que privilegia os mesmos gatos pingados, geralmente políticos de carteirinha, corruptos até o último fio de cabelo - quando ainda tem cabelo.
Pesquisei sobre o assunto e não achei nenhum artigo ou matéria sobre isso, talvez por que todos nós contribuímos para manter essas raposas velhas no poder, até por que a cada eleição são poucas as opções de renovação e acabamos votando mais nos mesmos, para não anular o voto.
Muitos usam o raciocínio tacanho do "roubou, mas fez." E são poucos os que nos regem e nos governam que não roubaram, ou fizeram vista grossa para o roubo de seus aliados.
Já abordei o assunto e corro o risco de me tornar repetitivo: nosso sistema político se baseia na troca de apoio por cargos ou verbas e nenhum candidato, por mais bem intencionado que seja, consegue governar sem se aliar a muitas pessoas e partidos execráveis.
A tudo isso nós aqui de baixo, o Zé do Povo Zé Ninguém (lembrando a música do grupo Biquíni Cavadão) assistimos bestificados ou chapados à sujeira que se alastra, principalmente nos palácios de Brasília.
E enquanto isso os números nos governam e nos afligem: temos numeração para tudo, seja o CPF ou o número do celular, que a cada lua aumenta um dígito.
E nos aflige a famigerada inflação, que nunca morre, antes engorda a cada ano, tornando mais difícil a tarefa de conseguir comprar o mínimo para poder sobreviver nesses tempos tão bicudos, como diria o inigualável Mario Quintana.