A despedida orquestada pelo som de Malagueña Salerosa

Ouvia ronco de todos, e eu acordado. O pensamento viajava mas aquela cena acompanhava-me como uma sombra do meu corpo, envenenava minha alma com sua presença dando adeus. O lenço branco acenando; debruçada no interior da janela daquele pássaro de asa dura sem coração, quem seria o felizardo que estava na poltrona ao lado, minutos depois o choro iria ser esquecido, voltava sorrir pra ele, já não existiriam mas eu nesse lugar. Como queria estar ali, mesmo que fosse invisível para atrapalhar, despertar-te para não deixar de pensar em mim.

Chegava ouvir vozes de pessoas no interior daquele avião, os ruídos de corpos, baixinho tocava uma música romântica que você gostava.

Tudo era vago e solto na minha mente, mas sua juventude me cativava ainda mais, comecei ter delírio e sentir sua presença, atentei ao jogo das imagens fantasmagórica entre a penumbra e fraca luz que adentrava pela vidraça do meu quarto, parecia seu rosto com os olhos arregalados de espantado sussurrando me abrace; e com lábios cor de mel moviam-se lentamente com ar de quem queria dizer: “Beija-me muito, como se fora a última vez.....”

Acordo um raio de sol tocando na minha face, mesmo o silêncio ensurdecedor dentro daquele quarto de hotel, parecia ainda haver um vago eco da sua voz que tinha ouvido a noite: os móveis e as coisas ainda respirava a sua presença de tocando no meu corpo. E vazio o lado que costumava dormir, até malvado lençol conspirava mostrando amassado dos abraços que juntos fizemos antes de você partir. Abrir a janela, fiquei olhando as pessoas passarem na rua apreçadas. Vento leve mas frio toca meus rosto, enxugando minhas lágrimas bem antes delas tocarem nos meus lábios, e modificar o sabor dos seus beijos que restou da despedida da linda muchacha mexicana que jamais esquecerei!!!!!

Jova
Enviado por Jova em 04/04/2023
Reeditado em 04/04/2023
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