NADA MELHOR DO QUE UM BOM LIVRO.

Começo de noite, final de março. As primeiras estrelas apontam no céu, a semana foi cansativa, trabalhosa, irritante eu diria. Estou sentado em uma pequena cadeira de balanço, com as pernas esticadas, sou um observador, com o olhar vagando aqui e acolá.

Carros que passam a toda velocidade, não respeitam a lombada, tão pouco a faixa viva pintada sobre ela; se fosse depender unicamente da educação dos motoristas sorocabanos não havia pedestres vivos. Não sei o que acontece para correrem tanto, não há motivos aparentes, é apenas o desejo animalesco de se mostrarem maiorais em um pedaço de lata auto girante pintado e com buzinas.

A semana de trabalho foi como todas as outras. Intensa, corrido e cheio de percalços que eu nem gostaria de falar aqui, mas... Talvez a minha falta de paciência esteja ligada ao fato de eu estar há quase três anos sem férias. O leitor talvez diga assustado: "Três anos! Como assim?" Eu digo: "Quase três, dois e meio acho, já explico". Quando eu estava no antigo emprego, já havia passado o tempo das férias, estava quase completando duas férias acumuladas, porém, antes de gozar o período de descanso deixei aquele emprego para este recente. Nesse novo, estou saindo de férias com um ano e meio. É um tempo considerável, eu diria.

Aproveito o pouco tempo que tenho em casa para ler, as minhas leituras andam em alta, pelo menos isso. No começo de ano eu defini um projeto de ler os doze primeiros livros do ano com autores de diferentes nacionalidades para cada livro. Foi uma loucura, livro atrás de livro, poesia, romance, contos, enfim, achei que não ia dar conta. Eu me surpreendi, o ano nem chegou na sua metade e já bati a meta. Daqui para frente é saldo positivo. Ler tanto em tão pouco tempo também é resultado dessa minha vida insana e estressada. Tracei nas páginas dos livros a minha rota de fuga de um mundo caótico.

Vamos a lista do meu projeto.

* EMIL CIORAN = SILOSGIOSMOS DA AMARGURA

ROMENO.

* AYN RAND = A REVOLTA DE ATLAS.

RUSSA.

* DINO BUZZATI= UM AMOR.

ITALIANO.

* FERNANDO PESSOA = ODES DE RICARDO REIS.

PORTUGUÊS.

* ALISSA NUTTING = TAMPA.

AMERICANA.

* ULPILE CHISALA = EU DESTILO MELANINA E MEL

AFRICANA.

* THOMAS MANN= A MONTANHA MÁGICA.

ALEMÃO.

* GABRIEL GARCIA MARQUEZ= OS FUNERAIS DA MÃE GRANDE.

COLOMBIANO.

* O PEQUENO LIVRO DA VIDA = KAHIL GIBRAN =

LIBANÊS.

* CARTAS DE UMA DESCONHECIDA= STEFAN ZWEIG.

AUSTRALIANO.

* CÉU NOTURNO CRAVADO DE BALAS = OCEAN VUONG.

VIETNAMITA.

* TERRA NOS CABELOS= TÔNIO CAETANO.

BRASILEIRO.

Dentre tantos títulos maravilhosos, é difícil escolher qual o melhor. Amei todos, cada um com sua peculiar escrita, com seu estilo único. A Revolta de Atlas, por exemplo, certamente seria o que mais impactou esse tímido leitor. Tampa, da Alissa Nutting, foi o mais chocante, é o tipo de literatura transgressiva, para poucos, leitores sensíveis não devem se arriscar. Dino Buzzati me impressionou novamente. Eu já havia lido o deserto dos tártaros, tive medo de que esse não fosse impressionar; eu estava enganado, maravilhoso. A novela de Stefan Zweig, eu amei. Céu noturno cravado de balas é o tipo de poesia que me deixa boquiaberto. Enfim, continuarei as minhas leituras, daqui para o final do ano atualizo a lista.

É isso caro leitor, nada como livros bons para dias ruins, recomendo fortemente que você se jogue de cara nas páginas de qualquer livro se caso estiver surtando como eu.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 02/04/2023
Código do texto: T7754383
Classificação de conteúdo: seguro