“AS FARPAS” Eça de Queirós* 1871 ou 2033”?... 17h47min.
Este interessante texto recebi da cunhada Eloide, e em razão disto resolvi compartilhar com nossos prezados leitores, qualquer semelhança com o momento atual do nosso país, é mera coincidência, muito embora tenha sido escrito a 150 anos atrás...
“O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandadas, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O desprezo pelas ideias aumenta a cada dia.
Vivemos todos ao acaso.
Perfeito, absoluta indiferença de cima para baixo!
Toda vida espiritual, intelectual parada.
O tédio invadiu todos as almas.
A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretarias para as mesas de cafés.
A ruína econômica cresce, cresce, cresce.
As quebras sucedem-se.
O pequeno comércio definha.
A indústria enfraquece.
A sorte dos operários lastimáveis.
O salário diminui.
O estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo”.
Eça de Queirós maio de 1871
Wikipédia. José Maria de Eça de Queirós.
Nascimento: 25 de novembro de 1845, Pça, do Almeida, Póvoa de Varzim, Portugal.
Falecimento: 16 de agosto de 1900, Neully-Sur-Seine, França. Foi um escritot e diplomata português. Foi autor de romances de reconhecida importância, Os Mais e o Crime do Padre Amaro. 18h20min.
Curitiba, 27 de março de 2023 – Reflexões do Cotidiano – Saul
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