Espanto

CONCORDO que não tenho mais idade para me espantar. Sou um homem velho, vivido, vi e vivenciei muita coisa. Como, pois, posso ainda me espantar? Mas o danado é que ainda me espanto. Não com os saltos da tecnologia, a maldade do homem e a agonia da Mãe Terra. Com isso apenas entristeço e me revolto.

O meu espanto ocorre quando percebo que as pessoas, mesmo com as garantias constitucionais, ainda temem abordar certos assuntos os quais embora verdadeiros , são considerados inadequados, então evitam se pronunciar, se omitem. Vejam bem, sou um homem completamente pacífico e alguém que repudia a provocação, mas sou Franco e sincero. Não escondo o que penso. Não calo. Sempre lembro o que certa feita disse Tristão de Ataíde: “A franqueza é a coragem da verdade. É uma vitória constante sobre o medo. A partir do medo de nós mesmos. É um bem por ser uma forma de autenticidade, de moralidade, de caráter”.

Ontem postei um textinho de apenas 19 linhas criticando os líderes que fogem da luta, os fujões, os covardes. Pois bem, só Nana Gonçalves comentou e depois o companheiro Stan. Não estou reclamando, estou apenas espantado. Tudo bem, ninguém contestou mas preferiram calar. Vida que segue. William Porto. Inté.