Crepúsculo no grotão onde nasci
Já cansado penso em voltar pra estrada onde deixei meu carro. Mesmo a paisagem ter mudado eu gostava rever o lugar. O manto turvo se aproximava, podia ouvir o gorjear das passaradas naquele cenário que a muito não via. Fui transportado para um lugar que havia milhares de pés de café, os pássaros menores como sábia, tico-tico, corruíras e tiziu eram se em bandos. O entardecer ficou animado com som do cantar das passaradas. Ai me senti criança novamente naquele rincão.
Engraçado ouvia vozes na rua ao lado, não tinha dúvida era dos meus velhos, mas como se eles não estão mais entre nós.
Sentei num tronco de peroba, que o velho pai derrubou bem nos primeiros anos que mudou pra cá, eu era criança, lembro quando ele me disse: “Filho você talvez vai ver a terra consumir esse troco, mas eu já não vou mais estar aqui.... “Também vi na penumbra minha mamãe ajuntando gravetos, para cozinhar no fogão de lenha, como a maioria das famílias da região.
Um pássaro estranho se aproximou olha pra mim como alguém que está com pena, percebi que estava na ora de ir embora, vejo que a luz branca que clareava não era do sol, e sim a lua prateada que iluminava toda vereda já fazia tempo que caminhava na boba celeste.