Idoso, frondosa sombra e as mil recordações…

Viu crescer aquela figueira a estrada poeirenta é a mesma. Seguindo seu percurso leva a cidade que hoje está um colosso, outrora não passava de um vilarejo.

Recurso tinha ir para a capital, mas hoje progresso chegou até aqui.

De segunda-feira a sábado as 09 (Nove), horas em ponto passava a jardineira, o canudo de poeira, o som da buzina apresenta-se com tal nitidez que da impressão que tudo ocorreu a pouco tempo. Sempre ela vinha lotada, como coração mãe cabia mais um passageiro(a). Tinha uns felizardos que além de sentado, ficava na janela apreciando as paisagens como num quadro de tela.

Era uma viagem e tanto, os rapazes paqueravam as mocinhas, os pais e mães ficavam furiosos, mas tinha os cavalheiros que desfilavam a felicidade e outros preocupados com os problemas que tinham resolver na cidade.

Quando chegava na rodoviária, o cheirinho do pastel frito estava no ar,

Não dava pra quem queria o recinto ficava entupido.

Naquela época menino de calça curta tudo era novidade nesse local. Ficava vendo o povo todo agitado, correndo de um lado pra outro, parecia um estouro de boiada.

De tarde por volta 16:00 Hs, a jardineira encostava na plataforma, era um empurra-empurra danado embarcar de voltar, mas quando conseguia um assento de estofado me lembro até cor, vermelha com lista branca o retorno deixava de ser amargo e passava a adocicado.

Hoje a estrada que passava a jardineira, também servia de passarela das grandes boiadas ficou solitária, acabou a jardineira e as nuvens de poeiras que as boiadas formava misturada com os gritos dos peões só ficou na saudade,

Nessa cadeira de balanço posso ver a curva acentuada lá na subida do espigão, vejo princípios de ondas causadas pelo roda moinho, e bolinhas vagando no ar formado pelo mormaço que sai da terra e areia quente de uma estrada que já foi movimentada.

Jova
Enviado por Jova em 28/03/2023
Reeditado em 28/03/2023
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