DO NADA, GANHEI UM ABRAÇO.

Sentado no meio fio de uma rua qualquer.

Caminhando no leito carroçavel mãe e filha.

A mãe havia notado minha presença a menina não.

Com um vestidinho vermelho e um pirulito também vermelho, na mão esquerda.

Ria para a mãe e comentava que um cachorrinho na rua a tinha assustado.

Eu sorri do diálogo entre as duas.

A mãe diz a criança:

- o homem está rindo de você.

A garotinha me olha, até então não tinha notado minha presença.

Me dá um sorriso e pergunta a mãe:

Posso dar um abraço nele?

A mãe consente.

E a pequenina que deve ter três ou quatro aninhos vem em minha direção e me dá um carinhoso abraço.

Provavelmente, nunca mais a verei, mas certamente enquanto eu viver jamais esquecerei.

"Ganhei o ano" neste angélico sorriso e neste fraternal e comovente abraço.