À PROPORÇÃO QUE O TEMPO PASSA
Sobre a chegada da terceira idade, mais conhecida como velhice, termo este que se tenta abolir, muitas coisas são publicadas, faladas, comentadas com exemplos esdrúxulos de vantagens e desvantagens desta época da vida de qualquer pessoa. A posteriori, quando vejo alguém olhando para uma pessoa idosa como se sentisse dó, este sentimento simplesmente recíproco. Afinal, por que ter pena de alguém com muitas cãs e andar claudicante? Por que a tendência boba ou a implicância de achar que ela está com os dias contados, ou seja, no fim de linha? Ora, qual é o ser humano que tem alguma noção quando alguém vai deixar este mundo de meu Deus? Só mesmo Este Supremo que nos deu a vida e a recolhe seja de quem for, branco, preto, pobre, rico no dia em que Ele achar que a missão daquele (a) filho (a) já foi completa ou (cumprida, mesmo até sendo curta, com perdão do trocadilho).
Em tom zombeteiro, costuma-se dizer que à proporção que o tempo passa, muitas atividades de uma pessoa vão diminuindo, para não dizer, caindo, por exemplo: a capacidade de correr, ouvir, enxergar, amar etc. Em partes pode até haver um pouco de lógica e verdade nestas afirmações e quando completa que, por outro lado, aumenta a capacidade ou vontade de rezar, ir ao médico, ficar em casa etc. Este negócio de vantagens e desvantagens em determinada idade, tudo isto é muito relativo. Tirando os excessos da juventude, o estado de vida de uma pessoa que se aproxima dos 60 ou 70 anos, desde que não se esteja acamado por motivos de alguma doença, o ar que se respira, a luminosidade do sol, o silêncio da noite e a companhia sincera e afetuosa de uma pessoa querida, tudo isto chega a ser igual. E salve-se quem puder.