Coma

Meio acordada. Luzes fortes. Mãos amarradas. Entubada e cheia de acesso venoso. Quase não ouvia o que diziam. Pensava imaginar aquilo tudo. Nem água podia beber.

Davam-lhe banho no leito. Comida e xixi era via sonda. Acordou. Finalmente desamarrada. Água era num algodão e houve Cristiana que me lembrou o soldado que deu vinagre a Jesus, não fazendo jus ao cristianismo lembrado em seu nome e negou o algodão molhado.

Começou a dieta pastosa e a espera por um leito. Enquanto isso na UTI era ignorada, apesar de não poder fazer nada sozinha. Esmoler de cuidados, como sempre.

Enfim, leito. Dieta pastosa, fisioterapia, enfermeiras e auxiliares, principalmente médica e psicóloga. Direito a acompanhante e nome social, banho de ducha. A espera era pela psiquiatra. Ela nunca veio, mas precisavam do leito, então a médica conversou com ela por telefone e me liberaram, recomendando acompanhamento psiquiátrico e psiquioterapeutico. Já tenho.

O que dói é a psicose não passar e eu querer estar ainda amarrada e sem sentidos… ou melhor ainda, não estar mais aqui…

Breve tenho consulta e creio que meu médico vai querer me internar e minha mãe não vai querer. Vamos esperar as cenas do próximo capítulo…