O ÓDIO COMO IDEAL.

O ódio está na indiferença ao ser humano, nos vazios dos neurônios que nunca conheceram o amor, somente egolatria, seres desprovidos de méritos, aquinhoados por destinos inexplicáveis. Talvez um exemplo de Deus para o “NÃO SER”. O Anjo Caído pertencia à Grei dos Anjos.

O empirismo humano se amplia observando a realidade, o ideal se modifica pela imaginação que jamais repousa. O ideal do ódio habita a mediocridade e a amoralidade.

O ódio mata, mata a forma e a alma que veste a forma, seja qual for sua origem. O amor tentou virar a página da humanidade, com alguns restritos e pontuais registros positivos na história. Poucos...

A vida tende naturalmente a aperfeiçoar-se para quem assim se inclina. A atividade que envolve idealismo e expectativas é direcionamento próprio da “enteléquia”; um estado de perfeição mesmo que imaginativo. Nesse estuário não deságua o ódio do homem medíocre, estado de alma visível em “armações” pobres de criação. Alegorias de demências “visíveis”.

Ódio mutila por nascer do mutilado de caráter, de medíocres, amorais, que por obra das circunstâncias e de necessidades coletivas enganam os despreparados para leitura do que não presta. A arma do odiento é promover amoralidade.

“A democracia não é um sistema feito para garantir que os melhores sejam eleitos, mas sim, para impedir que os ruins fiquem para sempre”. Margareth Thatcher.

Nada mais cristalino, pensamento lastreado em ourivesaria de conteúdo ímpar, que não afasta impasses de escolha, mas dá norte de impedir que ruins retornem. Fatos alheios ao ponderável, que dimanam estranhamente de areópagos do ”conhecimento” , esquecem essas máximas. Assim o ódio leva ao cárcere e se instala nesses espaços em estadas que tatuam esses sentimentos aumentando-os, existentes antes.

O sufrágio não vale tanto como pode-se pensar, ou melhor, parece que nunca valeu. A realidade autentica,

Há um atavismo nessas ideias. Uma analogia com o criminoso moral de Lombroso, o criminoso nato, desponta, embora superado o lombrosianismo. Quando alguém aplaude um sistema similar ao que condena, Cesare Lombroso, psiquiatra de nomeada ao seu tempo, interfere e mostra o nato criminoso que nem percebe que o é. Lombroso fez surgir com Ferri e Garofalo a escola que foi responsável pela cientificidade da criminologia no tardio do século XX. Era uma oposição ao classicismo na análise do delito.

A passionalidade, odienta, indica o sentido patológico. O criminoso nato é antônimo da então ortodoxia clássica. Limitado e passional nem consegue perceber com singeleza seu absurdo.

Quando ao mesmo tempo se aplaude e contesta a mesma mecânica, eclode vivo aos olhos do observador uma certa esquizofrenia ligada à história desses personagens.. São contra rupturas, violações de direitos individuais e apoiam ditaduras com cerceamento da vontade individual. E dão prova da patologia severa, apoiam as históricas ditaduras e seus operadores. Os “castros”, “stalins”, “lenins”, “guevaras”, “prestes”, “chavismos”; seus seguidores são apócriifos da inteligência mínima. Escravos do DNA e da ilogicidade. Não existe essa sem aquele.

Os tiranos além de não serem precursores de nenhum bem coletivo foram genocidas da história, conhecidos por todos. Esse traço patológico de genocídio definidor e de fundo moral todos conhecem na cartilha das violências contra a vontade livre.

Se o aspecto morfológico pretendido por Lombroso diverge e se recusa, e foi superado, o moral não. Se torna evidente. Atavismo e mesmo avitismo estão presentes, e uma certa e inquestionável barreira do DNA da inteligência que se mostra toda em suas ações. Ninguém pode enfrentar, com sanidade, o que a historiografia registrou.

A partir do estudo realizado, Lombroso constatou que entre esses homens existiam características em comum, psicológicas, que o fizeram crer que eram os estigmas da criminalidade.

O crime era no seu credo um fenômeno biológico. Nenhum classicismo conceitual jurídico prevalecia diante dessa massa comum que o levava a essa posição.

O criminoso originava-se de um atavismo de sequela contínua, digamos, de heranças desses credos incoerentes com a liberdade humana. E essa sucessão como herança tem acontecido, é só repassar a história. Nascia o delinquente sucessor da ideia moral e a oportunidade revelaria esse quadro. O ódio é seu motor.

Lombroso relacionava o delinquente nato ao atavismo. Logo, características físicas e morais poderiam ser observadas nesse indivíduo. De acordo com essa atribuição, o delinquente nato possuía uma série de estigmas degenerativos comportamentais, psicológicos e sociais, vícios.

O delinquente moral era o mais destacado por desdizer o que defendia.

Em síntese, o delinquente nato era considerado um doente. Temos visto isso.

Cesare Lombroso e a teoria do criminoso nato nos veio da Itália. Também a reação singular contra a corrupção de governo com a famosa Mani Puliti que varreu em parte a devastação flagrada, apurada e processada, com alguns juízes e procuradores mortos pelo crime. De lá nos vem a “colaboração premiada”. Sergio Moro em síntese conceitua: A denominada “operação manipulite” (mãos limpas) constitui um momento extraordinário na história contemporânea do Judiciário. Iniciou-se em meados de fevereiro de 1992, com a prisão de Mario Chiesa, que ocupava o cargo de diretor de instituição filantrópica de Milão (Pio Alberto Trivulzio).

Dois anos após, 2.993 mandados de prisão haviam sido expedidos; 6.059 pessoas estavam sob investigação, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, dos quais quatro haviam sido primeiros-ministros.

A ação judiciária revelou que a vida política e administrativa de Milão, e da própria Itália, estava mergulhada na corrupção, com o pagamento de propina para concessão de todo contrato público, o que levou à utilização da expressão “Tangentopoli” ou “Bribesville” (o equivalente à “cidade da propina’) para designar a situação.

O mesmíssimo no Brasil. E querem vedar o avanço e conseguiram. A operação manipulite ainda redesenhou o quadro político na Itália. Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o Socialista (PSI) e o da Democracia Cristã (DC), foram levados ao colapso, obtendo, na eleição de 1994, somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente.

Talvez não se encontre paralelo de ação judiciária com efeitos tão incisivos na vida institucional de um país. Por certo, tem ela os seus críticos, especialmente após dez anos. Dez suspeitos cometeram suicídio. Silvio Berlusconi, magnata da mídia e um dos investigados, ainda e depois ocupou o cargo de primeiro-ministro da Itália. A sobra como exemplo não é boa, mas a assepsia foi grande. O MESMO POR AQUI ACONTECE.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/03/2023
Reeditado em 24/03/2023
Código do texto: T7747880
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