Por que dizem que estamos no mesmo barco?

Preâmbulo de José Romeu.

Esse texto não escrevi.Só li.....quer dizer,....li, enxuguei os olhos,.....li,novamente....

enxuguei os olhos de novo e consegui terminar.

Ele foi escrito em março de 2021 durante a pandemia, pela minha filha, Thalita Cerioni, fisioterapeuta,que como todos nós sofreu o impacto terrível desse vírus, o COVID 19.

Tomei a liberdade de, após o consentimento dela, passar para uma gravação do Ulysses, se ele assim desejar fazê-lo.

Ela, quando consultada a respeito, me disse:- "Será uma honra se ele gravar"

Assim dessa vez Thalita substitui José Romeu na gravação.

Agora, então, vamos ao texto .

POR QUE DIZEM QUE ESTAMOS NO MESMO BARCO?

Thalita Cerioni.

"Por que dizem que estamos no mesmo barco?

Será que minha realidade é a mesma que a sua?

Será que a minha importância é maior que a sua?

Será que a minha necessidade é a mesma que a sua?

Será, será, será... Não sei, realmente não sei, estamos passando por uma das fases mais difíceis... O motivo?

Bem vamos analisar, quando tudo isso começou tínhamos esperança que logo tudo iria se resolver, que poderíamos encontrar nossos entes queridos, abraçar, festejar e comemorar que tudo passou e ficou em um passado fechado a sete chaves..

A realidade é que essa pandemia veio mais forte, mais próxima, mais terrível... Quantas pessoas esgotadas fisicamente e tantas outras psicologicamente ou quem sabe as duas de uma vez só em uma única pessoa.

Não dá para eu me colocar no lugar de ninguém, não consigo sustentar e nem equilibrar algo que não está bem em mim.

Não perdi nenhum parente próximo, mas recebo diariamente notícias de pessoas queridas que perderam ou que estão com seus familiares hospitalizados. E como ficar feliz desta forma?!?! Talvez, esse momento não é para ninguém ficar feliz, é um momento de reflexão, de compaixão, de empatia... Um momento de união, um momento de fé, seja qual for sua religião, um momento de acreditar que somos fortes e corajosos, que temos profissionais que estão lutando por nossas famílias e amigos.

Quando tudo isso terminar teremos cicatrizes enormes, que talvez nunca fechem, mas uma certeza eu tenho, unidos somos muito mais fortes.

Ajude o próximo, doe seu tempo para quem precisa, busque instituições que precisam de doações, de famílias que precisam comer, ajude o próximo... E se você não estiver bem, procure ajuda!!

Estamos passando por um turbilhão de sentimentos, raiva, medo, tristeza e quem disse que temos que ser fortes o tempo todo? Porém temos que nos reerguer, temos e vamos conseguir superar essa fase tão difícil.

Sejamos fortes e corajosos. Contem sempre comigo!"