Calor e Coldplay
Os jornais noticiaram ontem: chegou o outono! Sinto decepcionar a todos, mas trata-se de uma lamentável fake news, como todos em Curitiba notaram no dia de hoje, principalmente os que tiveram que andar debaixo do sol ou os que tiveram que ficar parados dentro dos ônibus. Só não digo que é um calor senegalês porque no Senegal a temperatura anda bem agradável. Outro dia mesmo um amigo de Dakar me escreveu: “Está um frio curitibano aqui: 23 graus”.
Por aqui, eu não faço ideia de quanto está a temperatura, porque infelizmente o termômetro fundiu assim que o expus à luz solar. Tomei agorinha o meu quinto banho e estou com mais rugas na pele do que um buldogue-inglês. Na hora do almoço, virei sobre mim todo o frasco do protetor solar, fator 120 (uma alusão ao preço, acho). Agora há pouco, soube de um sujeito no Bairro Alto que morreu intoxicado de vitamina D, uma cena muito triste de se ver.
Logo hoje, que é dia de show do Coldplay na cidade! O Chris Martin, como bom britânico, vê o sol duas ou três vezes por ano, entre as nuvens. E de repente vem para um lugar em que nem o nome da banda faz sentido. Não tem nada cold aqui, tudo é hot! O pior ainda foi a mulher da previsão do tempo, que avisou a todos que “não será preciso levar agasalho para ver o show da banda”. Agasalho! Ah, meu Deus, eu olho ao redor e tudo que eu vejo é yellow, yellow.