ETARISMO (Postado no jornal TRIBUNA DO PAMPA)
Então significa que ainda existe no planeta quem menospreza as pessoas devido a sua idade? Claro que há uma grande ironia nessa questão, todos os "ismos", como, racismo, sexismo, machismo, etc., estão presentes no cotidiano e sem data estipulada para acabar. As leis brandas no Brasil e na maioria do mundo, permitem que pessoas sejam insultadas em qualquer lugar que estejam, inclusive em seus ambientes de trabalho. Isso confirma cada vez mais que o preconceito está enraizado em todas as classes sociais e lugares, não é privilégio do brasileiro. Culpados? Detidos? Alguém ouviu falar? Penso que não.
A pauta atual é o etarismo que é o preconceito de idade contra um indivíduo ou grupo com base em estereótipos. A discriminação por idade é um tipo de preconceito que pode assumir várias formas, desde atitudes pessoais até políticas e práticas institucionais.
Em relação ao preconceito sofrido pela estudante Patrícia Linares, aluna da universidade particular Unisagrado, em Bauru (SP), mostra que o bullying de três jovens estudantes, abre portas importantes para o desrespeito. O episódio viralizou na internet, e ficou claro que o preconceito de idade estava estampado, segundo elas, Patrícia não poderia estudar biomedicina porque "tinha 40 anos". No vídeo, uma das jovens diz que ela deveria "estar aposentada” e questionam como fazer para “desmatricular” a colega.
As estudantes participantes do vídeo, que, claramente, são desprovidas de bom senso e inteligência emocional, pensam que por terem o “google” à disposição, podem esquecer de que subestimar o envelhecimento é negar o próprio futuro. O que será dessas meninas daqui a vinte anos, estarão se aposentando? São esses pensadores que garantirão nosso futuro?
“Os primeiros quarenta anos de vida dão-nos o texto: os trinta seguintes, o comentário”. Arthur Schopenhauer. São esses textos que temos que seguir e depois comentarmos com quem tem muito o que ensinar.
Eu sempre enxerguei os “velhos” que participaram da minha vida, como fonte de sabedoria e inspiração. Quando que esses valores foram esquecidos?
Passei dos quarenta, estou cursando faculdade, não sofri preconceito pela idade, no entanto, a cada novo fio branco que aparece na minha cabeça, fico mais perto de receber o tal etarismo, ou velhofobia. Sabemos que a cada dia que passa, aprendemos mais, lemos mais e entendemos mais, mas ainda haverá quem queira nos aposentar.