Rumo ao amanhã...
Entrei no quarto da frente. Vi a instrumentação (a maior parte dela, claro, claro) guardada em caixas de papelão. Pensei, pela enésima vez, em não vender nada. Absolutamente nada. (Estar nesse lugar e saber que as duas pessoas a quem eu mais devo respeito irão se despedir daqui alguns anos me faz questionar se eu devo mesmo ficar com minha instrumentação e com minha biblioteca. A grana da venda talvez me ajudasse a me manter por mais alguns anos... Ademais, por que eu deveria manter bens materiais se eu desejo levar um estilo de vida minimalista?) Retomando o que eu dizia... Eu falei para mim mesmo algo como "Vou deixar as coisas aí. Não vou vender nada. Eu tenho uma chama de esperança (uma chama bastante pequena, mas teimosa, que insiste em se manter viva, compreendem-me?) de que, sabe Deus quando, o cara que deveria tocar comigo resolve voltar, por ter se libertado das rédeas manipuladoras dos mais velhos que tanto insistiram para ele não me ver nunca mais. Ele devem ter feito um trabalho e tanto para conseguirem isso. Mas se esqueceram de que a gente deve ter certeza sobre que portas irá fechar para os outros. Porque, como o mundo é um moinho, essas portas podem ser as mesmas pelas quais nós teremos de passar... Para bom entendedor –