A MALDITA BUROCRACIA BRASILEIRA
Somos um País de burocratas, não há dúvida. Herança lusitana? Talvez, não sei.
Aqui é a terra dos carimbos, do reconhecimento de firmas, dos atestados, declarações, procurações e certidões. Alegria dos cartorários.
Já se tentou a cura desta doença. No final do século passado houve a criação de mais um órgão para acabar com a burocracia: O Ministério da Desburocratização. Um ministro e mais uma pancada de burocratas para acabar com a burocracia. Não poderia dar certo.
Já sofri na pela com as exigências burocráticas. E qual brasileiro também não sofreu? Na venda de um imóvel surgiu uma anotação de vinte e tantos anos de que eu teria uma pendência em uma instituição bancária que havia sido privatizada. Que sofrimento. O Banco não existia mais, o que assumiu não sabia de nada e não havia solução aparente para resolver a questão. Tive que usar o jeitinho brasileiro e depois de mais de um mês consegui que um juiz despachasse um documento pedindo a baixa da anotação. Foram noites sem dormir.
Houve situações quase cômicas: para levantar um valor de previdência privada num Banco Estatal exigiram o endereço atualizado de uma pessoa morta. Levei na esportiva e dei o endereço: - Lote 16 da Quadra 25 do Cemitério Tal”.
Outra exigência foi um atestado de óbito ATUALIZADO. Oras! Que eu saiba só um morto ressuscitou.
Outras exigências me fazem pensar qual a sua finalidade; certidão de casamento de um procurador na aquisição de um imóvel. Para que? A pessoa só vai representar o comprador.
Ou comprovar o endereço com a apresentação de conta de luz ou de água. Caramba! Eu não tenho. Água e luz estão em nome de minha esposa. Por sorte esta eu resolvi com a conta da internet, depois de alguma relutância da outra parte.
O interessante é que um monte de meliantes consegue abrir conta bancária e firmas fantasmas. Parece que para eles a burocracia não é tão rigorosa.