Rua recheada ideias mil, mas um deles não deixou de sonhar.

Na hora do almoço as ruas enchem de destino, somente o vermelho dos semáforos coloca uma barreira momentânea. No alto, o céu brilha com seu cristal fosco. E hora de muito movimento, uns de passos longos, outros quase correndo, como se o tempo mais tarde votará! Dia virá em que vai achar falta desse tempo. Nas calçadas pedintes, vendedores ambulantes, lixo esperando lixeiro passar, mas presa não deixa ver.... Como se fossem gados no grande pasto, parecem em sem paz. Mais adiante na marginal, um caminhão tombado, como um gigante morto. Alguns no circular leia jornal do dia, um poema de Guillén, traduzido por Thiago de Mello. As estrofes e os versos se embaralham na mente. Guillén era um dos poetas preferidos pelo Farias de Carvalho, quando seu professor de literatura no Colégio Estadual. Farias aparentemente não dava aula. Quando dava, era um ditado teórico. Mas não conheci melhor professor. Mais tarde já adulto sob que ele era o Mestre Alceu etc. Mas foi muito bom aquele tempo que podia ler e amar a literatura, não podia passar sem ela. A aula era uma conversa. Um descompromisso. Mas um dia deixou escola. E foi a luta, a poesia deu lugar as tristes realidade, mas no fim de semana tira um tempinho para encontrar Camões num livro de

Aqueles versos cantam agora, vendo os bois no pasto. Até hoje ouço sua gargalhada, a voz com timbre fortes, os olhos graúdos, as mãos teatrais. A estrada sinuosa e verde continua. Um dia chegarei ao fim.

Jova
Enviado por Jova em 17/03/2023
Reeditado em 17/03/2023
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