Censura a OO7
CONCORDO que há obras literárias que contêm passagens, linguagem e até cunho racista e de outras formas politicamente incorretas. É um fato. Faz-se objeção hoje até a Monteiro Lobato, um ícone das nossas letras. Também letras de clássicos da MPB são criticados. Mas se respeito e até endosso certas críticas, abomino tanto quem as quer retirar do mercado como quem ousa alterá-las. Ora, ninguém pode mexer numa obra literária ou artística sem o consentimento do autor. Fazer isso é censura fascista.
Li num jornal que familiares do escritor britânico Ian Fleming, criador do agente secreto James Bond, o OO7, para celebrar os 70 anos de Bond (do personagem) vão reeditar todos os livros de Fleming mas com uma novidade: expurgando do texto quaisquer expressões racistas ou politicamente incorretas. Acho um absurdo. Aceito a crítica ao teor das expressões do autor, mas rejeito e abomino esse tipo de censura. É fascismo. E priu. William Porto. Inté.