VIVENDO E APRENDENDO
Quando tínhamos ainda poucos anos de casados, íamos frequentemente à Foz do Iguaçu para fazer compras e passear. Estávamos acabando de mobiliar o apartamento e faltavam muitos ítens para a cozinha e o escritório. Em Foz encontrávamos artigos importados por preços muito acessíveis. Além de tudo, gostávamos dos passeios às Cataratas, à Itaipu e íamos também a Puerto Iguazú, na Argentina e, naturalmente, à Ciudad del Este, que é o paraíso das compras.
Da primeira vez, ficamos em um Hotel, em Foz, da rede San Juan, um pouco longe do centro da cidade, o que nos cansava pois tínhamos que andar um longo trecho de ida e volta ao centro da cidade.
Foz do Iguaçú é muito quente no verão e andar sob um sol inclemente cansa muito. Saíamos de Curitiba por volta das 22 h, da sexta-feira, em ônibus leito da Panamericana e chegávamos à Foz lá pelas 7 h. Dormíamos durante a viagem e voltávamos no domingo à noite, uma vez que na segunda tínhamos que retornar ao trabalho.
Após essa primeira experiência, que não foi muito agradável, descobrimos um hotel no centro, o Estoril, bem em frente ao grande terminal central de ônibus. Um hotel modesto entretanto, muito bem situado e que oferecia a possibilidade de jantarmos no local por preço módico. O café da manhã era farto e nos sustentava para os passeios e compras até o meio dia. A grande sacada era o terminal de ônibus bem em frente ao hotel, onde pegávamos coletivos para todos os lugares que queríamos visitar. Passávamos os dias inteiros nos passeios e compras e à noitinha voltávamos, também de ônibus. Todas soluções baratas e práticas. Nosso preparo físico era bom e todas essas andanças não nos faziam mal.
Muitas outras vezes voltamos à Foz, onde fizemos boas compras e divertidos passeios. A visita às Cataratas do lado Argentino é fantástica, dá para ver as quedas de ângulo totalmente diferente do lado brasileiro. Com o tempo fomos aprendendo e tirando o melhor proveito da viagem. Deixamos de ir no verão, por ser muito quente, preferindo a primavera ou o outono.
Muito tempo já se passou, meu companheiro faleceu e faz anos que não vou à Foz do Iguaçu. Ficou enorme saudade e grata lembrança dessas viagens a dois. Celso tinha grande habilidade de organização e planejamento, de forma que, todas as viagens que fizemos juntos, sempre foram muito bem sucedidas, gastando pouco e usufruindo o melhor do que nos oferecia o ambiente. Dessa forma, conhecemos juntos uma parte de nosso país, algumas cidades americanas, vários países da Europa e outros da América do Sul. Restaram um grande aprendizado para a vida e muitas histórias para contar.